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'É muita ignorância achar que o rock acabou', diz vocalista da Fresno, que faz show no Recife

A banda Dead Fish também está no line up do festival Garage Sounds

Publicado em: 09/03/2018 19:03

Fresno vai apresentar as músicas da nova turnê, Natureza Caos. Foto: Luringa/Divulgação


Vinte e duas bandas de rock estão no line up do festival itinerante Garage Sounds, cuja edição recifense será realizada nesta sexta-feira (9), no Baile Perfumado (Rua Carlos Gomes, 390, Prado). Com três palcos, o evento escalou atrações como Ruína, Pandemmy, Matakabra, Serrapilheira, Plugins, Torre, Dirty Finger Nails, Howay, Zimbra e Selvagens à Procura da Lei. As mais aguardadas entre elas, no entanto, são Dead Fish e Fresno.

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Expoente do hardcore brasileiro, a banda Dead Fish é natural de Vitória, no Espírito Santo, e celebra os 20 anos de lançamento do disco de estreia Sonho médio (1999), cujo repertório será todo recuperado no palco. Outros sucessos da banda serão relembrados. Já os gaúchos da Fresno, também veteranos no cenário nacional, vão tocar as músicas da nova turnê, Natureza caos. Eles prometem canções que estavam desaparecidas dos shows do grupo. "O nosso público não se importa se a música foi hit de rádio ou não, eles conhecem todas. Esse show é mais movimentado, mais 'pauleira'", antecipa o vocalista Lucas Silveira.

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Entrevista // Lucas Silveira, vocalista da Fresno

Como você avalia a cena do rock nacional atualmente?
É inegável que estamos em um momento em que não existe nenhum nome do rock entre os mais tocados do Brasil. Mas, ao mesmo tempo, achar que esse é o fim ou a decadência do rock é muita ignorância. Mesmo sem estar no top 20 ou 100, bandas tradicionais fazem sucesso com as bilheterias dos shows. No começo dos anos 2000, quando o rock era um estilo radiofônico, bandas como Charlie Brown Jr. e Raimundos se guiavam pelo que tocava nas rádios, lançando músicas para isso, e o resto do disco era o que eles realmente queriam fazer. Como hoje quase não existe essa hipótese de tocar em uma rádio, as bandas de rock têm mais liberdade de gravação e composição. O que precisa acontecer é surgir bandas ou artistas que, usando a linguagem do rock, consigam dialogar com o brasileiro de hoje.

Qual a importância de um festival como o Garage Sounds que abre espaço para bandas iniciantes?
Uma cena musical não sobrevive só com bandas grandes. Precisa existir essa essa via de acesso onde uma banda maior mostra um público para uma banda menor e esses festivais viabilizam muito isso. Até mesmo unir duas bandas conhecidas como Fresno e Dead Fish é bom para que uma mostre o trabalho para o público da outra.

A música Natureza caos conta com elementos pouco usuais em outros trabalhos da banda, como por exemplo, o eletrônico. Qual foi a inspiração para a concepção dela?
A gente não construiu Natureza caos ensaiando, foi direto no estúdio, trabalhando com um programa, testando as possibilidades virtualmente, para a partir disso gravar o que a gente criou. Acho que assim conseguimos sair da nossa zona de conforto. As grandes influências foram as bandas de rock que usam sintetizadores, como o Nine Inch Nails e Muse, que já é referência pra gente há muito tempo. Muita coisa dos anos 1980 também era feita com sintetizador. Inclusive, chegaram a dizer que Natureza caos lembra a trilha sonora da série Stranger things. Achei legal, tenho até o disco de vinil em casa.

Vocês já fizeram parcerias com Caetano Veloso, Lenine e Emicida. Pensam em algum convidado para o novo projeto?
A gente pensa em fazer uma versão estendida para Natureza caos com algumas participações. Mas ainda não foi definido. Gosto de chamar para uma parceria artistas que tragam algo de novo para o público da Fresno.

Na estreia da nova turnê, em São Paulo, vocês se vestiram todos de branco. É referência a algo?
Não foi nada específico. Fizemos isso para mostrar que a banda toda coloca uma mesma roupa para se sentir "dentro da performance". É como se o Clark Kent vestisse a roupa do Superman.


A Fresno costuma se apresentar com frequência no Recife. O que o público pode esperar de novidades nesse show?
Essa turnê é bem diferente da última que apresentamos no Recife. Está sendo construída ao redor da música nova. Com 18 anos de carreira, a Fresno é uma banda que consegue brincar com o repertório e, de repente, tocar 20 músicas que a gente nem tocou na outra turnê. O nosso público não se importa se a música foi hit de rádio ou não, eles conhecem todas. Nesse show, tem algumas que a gente não vinha tocando há um tempo. É um show mais movimentado, mais 'pauleira'.

Serviço
Garage Sounds Festival
Quando: Sexta-feira (9), a partir das 17h
Onde: Baile Perfumado (Rua Carlos Gomes, 390, Prado)
Atrações: Zimbra, Selvagens à Procura da Lei, Fresno, Dead Fish, Recife Hardcore Clube, Project46, Ruína, Pandemmy, Matakabra, Serrapilheira, Plugins, Torre, Dirty Finger Nails, Howay, Arquivo Morto, Seeds of Destiny, Demoniah, Kamikazekillers, Saga HC, Subversivos, Verdes & Valterianos e Mondo Bizarro
Ingressos: R$ 40 (meia-entrada), R$ 45 1 livro (social) e R$ 80 (inteira), à venda no site Sympla.

Ouça Natureza caos:


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