Luto

Corpo de Corbiniano Lins é enterrado sob comoção de amigos e familiares

Sepultamento ocorreu no cemitério Parque das Flores

Publicado em: 11/03/2018 18:44 | Atualizado em: 11/03/2018 18:55

Foto Julio JacobinaDP
O corpo do escultor pernambucano Corbiniano Lins, de 94 anos, foi sepultado neste domingo, no cemitério Parque das Flores, sob forte comoção, saudade e homenagens de familiares, amigos, admiradores. A esposa, Débora Lins, permaneceu quase intacta ao lado do caixão durante a maior parte do velório. Eles foram casados por 47 anos e tiveram dois dos oito filhos do artista. "Ele era uma pessoa muito boa. Ao longo desse tempo todo de casado, nunca mudou. Isso prova que ele tinha uma personalidade muito forte. Sempre foi o mesmo", ressalta Débora. "Ele achava que eu parecia com as mulheres das obras dele por ser negra e magra. Eu não tenho obra preferida, porque todas são lindas. Mas a figura em Tapacurá é uma escultura especial", recorda a esposa.

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O neto Sandro Rodrigues acompanhou o artista de perto. “Ele era um escultor plural. Mexeu com arame, tapeçaria, alumínio fundido. A questão artística dele transitava por pontos como animais, a celebração folclórica da gente, a parte sacra, na qual o forte sempre foi São Francisco de Assis, e as mulheres, uma forte inspiração para artistas e arquitetos de nova geração”, reconheceu Sandro. Pela devoção exposta na arte, a Oração de São Francisco de Assis foi entoada durante o velório como forma de homenagem.

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De acordo com Sandro, a convivência com o escultor era tão próxima, que muitos acreditavam que a relação era paterna. Além de admirador, Sandro realizou exposições e negociou venda de obras ao longo da trajetória. Durante o velório, cada filho descreveu o pai de maneira singular. ”A expressão da alma é a marca da obra do meu pai. Quando olho para as obras dele, eu vejo sentimento. Já no final, ele fez um álbum de desenhos que tinha o título de Descanso. Acho que foi uma forma de despedida”, contou a filha e psicóloga Iracema, de 65 anos. “Ele era o melhor pai do mundo e sempre me ouvia. E um trabalho muito intenso”, complementou. Já o analista Celso Lins, de 61, destacou a inteligência e capacidade peculiar de ver o mundo.

Aos 94 anos, o escultor pernambucano morreu na noite do sábado (10) após sofrer uma parada cardíaca. O artista plástico estava internado há 30 dias no Hospital Albert Einstein, na Ilha do Leite. De acordo com o laudo médico, a causa da morte foi insuficiência renal.

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