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Ator que faz doleiro em série da Netflix sobre a Lava Jato se diz 'perplexo' com o Brasil

Criada por José Padilha e Elena Soarez, a série O Mecanismo estreia no dia 23 de março na Netflix

Publicado em: 03/03/2018 13:00 | Atualizado em: 03/03/2018 10:01

A obra, de José Padilha e Elena Soarez, é baseada no livro Lava-jato: O juiz Sérgio Moro e os Bastidores da Operação que Abalou o Brasil. Foto: Netflix/Reprodução
Rio de Janeiro - Os dois últimos trabalhos na televisão de Enrique Diaz foram para o streaming. Ele está no elenco da série Treze dias longe do Sol, disponível inicialmente no Globo Play e lançado posteriormente na emissora. O próximo trabalho do ator será exclusivamente na plataforma digital. Ele interpretará o doleiro Roberto Ibranhim em O mecanismo, que estreia no dia 23 de março, na Netflix. A obra, de José Padilha e Elena Soarez, é baseada no livro Lava-jato: O juiz Sérgio Moro e os bastidores da operação que abalou o Brasil, do jornalista global Vladimir Netto. "Por ser polêmico, conversei antes com Padilha pra entender como poderia soar. Foi mais para entender", disse.

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Ele acredita que o público encarará a série de forma polarizada, reflexo das reações da sociedade nos últimos anos. Mas analisa que o produto pode divertir, já que também é entretenimento. "As pessoas têm que olhar como uma versão dramatúrgica. Tenho pensado nessas questões meio que o tempo todo”, afirma. 

A repórter viajou a convite da Netflix

O personagem
"Roberto Ibranhim é um doleiro como profissão, dentro dessa ideia de mecanismo, todos sabemos que a série é baseada nesses casos que são investigados. Ele é o operador. Ele não é um político, ele não é um empresário, um empreiteiro. Ele é um negociador. O que importa, me parece, não é a profissão oficial dele. É mais a função dentro desse sistema que retrata a série."

Ética
"Meu personagem não tem um tempo de tela enorme, mas ele tem uma função importante que é o eixo de oposição do personagem de Selton Mello. Marco Ruffo luta contra um sistema perverso. O meu é oposto. Ele vive com total naturalidade nesse mundo perverso. Não tem nenhuma questão de vilania. Ele aceita o mundo como ele é, até porque o mundo está dando oportunidades ótimas para ele. Por outro lado, tem uma família, filha. É como se fosse um comerciante, honesto, na sua ética. Isso dá um contraponto interessante na série. Aparece como uma chave de matizes éticos mesmo. Você vê como os personagens vão lidando com os limites éticos. São polos éticos diferentes, e eles têm um passado comum. Que mostra o que a vida fez da gente."

Realidade
"Eu não tive nenhuma relação direta com nenhuma pessoa que supostamente seria a base dos personagens, mas acompanho interessadamente esses assuntos na sua complexidade. O Brasil inteiro está perplexo. Algumas pessoas estão tentando entender a complexidade desses assuntos. Estou sempre interessado nos fatos e nas opiniões sobre esses assuntos."

História "ficcionalizada"
"O personagem é legal no sentido de relativização da ética, que acho muito rico. É um roteiro quase inacreditável, dinâmico, as coisas são surreais. É um tipo de coisa que a gente vê muito na televisão, eu gosto muito. Não é folhetinesco. Isso tudo ligado a um assunto muito incompleto para todo mundo. Ela mexe muito. É uma história ficcionalizando várias fontes. Tem que ser olhada como uma obra de entretenimento, mas que nos provoca uma espécie de mergulho a tudo isso que a gente está vendo."

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