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Artes visuais

Da utopia à distopia: o mundo que nós imaginamos vira arte na Caixa Cultural

Bienal de novos artistas conta com 37 trabalhos e ocupa o local desta terça até o dia 27 de maio

Publicado em: 27/03/2018 08:48 | Atualizado em: 27/03/2018 13:31

Obra "Cidades provisórias", de Cátia Lanyter. Crédito: Caixa Cultural Recife/Divulgação

Direitos humanos, civis, gênero, consumismo, ética e política são temas dos quais não dá para um artista contemporâneo escapar. Assim pensa a curadora da 2ª Mostra Bienal Caixa de Novos Artistas, a pernambucana radicada no Rio de Janeiro Liliana Magalhães. A exposição ocupa a Caixa Cultural Recife a partir desta terça-feira, com abertura às 19h, mostrando um recorte da produção nacional que engloba todas as regiões do país. Esta é a sexta das oito cidades pelas quais a exposição vai passar este ano, faltando apenas Salvador e Porto Alegre.

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A diversidade de suportes, como vídeo, fotografia e pintura, tenta propor um diálogo conceitual entre as utopias e as distopias nas quais a sociedade atual está imersa. As obras foram selecionadas a partir das inscrições de 616 artistas, que passaram para 90 em uma segunda etapa e, por fim, a escolha recaiu sobre 37 trabalhos de 30 pessoas. De Pernambuco, há Cecília Urioste, com as obras PonderaDor e Não é sentir. Liliana detalha também o que significam “novos artistas” na perspectiva da mostra. “Não houve um controle de idade. Estão expostas propostas de pessoas maduras no segmento, com trajetórias consolidadas, mas sem ter uma grande mostra individual”.

Entre os trabalhos a serem exibidos ao público, estão Ninguém viu, de Julie Brasil (RJ), com uma pichação em braile, trazendo para o campo de quem vê os desafios na comunicação enfrentados pelos cegos. João Paulo Racy também tematiza a cidade com o vídeo Vias, mostrando o momento no qual o Elevado da Perimetral, no Centro do Rio de Janeiro, é demolido.  À imagem, é adicionado o áudio de uma pessoa respirando, o que traz a ideia de que o tecido urbano é um organismo vivo. No meio da Caixa Cultural, no chão, estará a projeção do vídeo (des)cursos, de Karine de Lima (DF), inspirada no poema Rios sem discurso, de João Cabral de Melo Neto.

Para unir os selecionados, a ideia foi a de dividir essa produção em cinco eixos temáticos: relações com o corpo, com o outro, com o espaço político e social, com o espaço natural, com o espaço construído. A cenografia da mostra faz alusão ao espaço urbano, com uma estrutura de paineis irrregulares e inclinados. “As obras estão muito ligadas às cidades. Ao mesmo tempo, também privilegiamos nesse nosso recorte as relações humanas. A força da poética visual e da experimentação foram fatores importantes para nós. Estamos em um momento de xeque muito amplo e meu papel como curadora é fazer as pessoas se envolverem”, pontua Liliana.

SERVIÇO
2ª Mostra Bienal Caixa de Novos Artistas
Abertura: Hoje, a partir das 19h
Onde: Caixa Cultural Recife - Avenida Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife
Visitação: Terça a sábado, das 10h às 20h; domingo, das 10h às 17h - até 27 de maio
Entrada gratuita
Informações: 3425-1915

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