Música

'Ser feminista é obrigatório', diz Gaby Amarantos, com agenda de shows no Recife

Cantora paraense se apresentará no Galo da Madrugada, no Marco Zero e no Ibura

Publicado em: 10/02/2018 09:41 | Atualizado em: 24/05/2020 17:50

Cantora se apresenta no Recife no período carnavalesco. (Foto: Carlos Sales/Divulgação)
Cantora se apresenta no Recife no período carnavalesco. (Foto: Carlos Sales/Divulgação)

Depois de filmar o longa-metragem Serial Kelly, que marca a sua estreia como protagonista no cinema e percorrer A Europa em férias, a paraense Gaby Amarantos desembarcou em Pernambuco para uma série de shows no estado. Na última quinta-feira (8), ela se apresentou na Queirogada - tradicional festa de família Queiroga, realizada Catamaran Tours. Neste sábado, ela cantará no Galo da Madrugada e no Marco Zero, sendo a última atração do principal polo carnavalesco da cidade. Finalizando sua agenda no Recife, ela se apresentará no Polo Ibura na segunda-feira (12).

Em entrevista ao Viver, a cantora falou sobre sua relação com o carnaval pernambucano, expectativa para os shows, brega e feminismo.

Confira a entrevista:

Quando conheceu o carnaval pernambucano?

Meu primeiro contato com o carnaval pernambucano foi em 2010, quando fui atração do Rec-Beat e eu fiquei muito maravilhada. Quando cheguei no hotel só deixei as malas e fui para a rua. E foi meu melhor carnaval porque foi meu primeiro ano, eu ainda não era uma artista conhecida nacionalmente. Esse show em Recife me projetou, foi muito importante. Eu pude brincar, anônima pelas ruas. Foi o melhor carnaval como foliã. Lembro que fiquei na casa de uma amiga mais uns dois dias, dormindo em um colchãozinho no chão para poder curtir mais. Fui em muitos polos, lembro que fui no Marco Zero assistir o encerramento e eu pensei ‘um dia eu vou cantar aí como atração principal’ e isso vem se consolidando há alguns anos. É muito bom ser reconhecida pelo meu trabalho e curtir esse carnaval que tanto sou fã.

Você se apresenta no Marco Zero e no Galo da Madrugada há alguns anos. Como se sente por cantar em eventos tão importantes do carnaval daqui?
Eu me sinto muito feliz. O Galo é aquele fervor, não tem nada igual no planeta. É muita felicidade também em fazer o meu show no Marco Zero e principalmente ver a galera pirando com o repertório, de cantar frevos, maracatus, coisas atuais e as minhas músicas do Treme, que está completando sete anos, então o show também vai ter um tributo a este disco tão importante na minha carreira.

O que podemos esperar mais dos shows?

Podem esperar sempre um show muito caprichado e feito com muito amor, para todos os dois, tanto o Marco Zero, que é um polo principal, quanto o Ibura, que é um lugar descentralizado podendo levar música para todos. Acho muito maravilhoso esse carnaval de vocês. Além do repertório que já citei, também tem um bloco que eu gosto muito de fazer que eu chamo de bloco feminista, onde eu pego letras machistas e canto em versões respondendo. É uma forma de protestar contra as músicas contra essas músicas que são tão misóginas e machistas. Quero a galera pulando e se divertindo muito.

Você costuma ouvir o brega pernambucano? Qual sua relação com ele?
Sim, eu costumo ouvir muito o brega de Pernambuco. Cresci ouvindo o Reginaldo Rossi, é uma influência. Da nova geração eu acompanhado muito a Musa. Gosto muito de ver o trabalho das meninas. Também tem a Loirinha Marrenta, Michele Melo que é maravilhosa e que tem o mais ou menos o mesmo tempo de carreira que eu. Confio e torço muito pelo trabalho dela. Sei que aqui é tipo um caldeirão, cada ano vem uma coisa nova, mas eu curto muito os bregas mais românticos, que falam de amor e respeitam as mulheres. Gosto pra caramba.

Recentemente você publicou um video em que aparece ao lado de Joelma no Galo da Madrugada. No texto, você falou sobre a competição feminina estimulada pela sociedade. O que te motivou fazer a publicação?

Sim, postei esse video porque desde que eu me entendo por cantora eu percebo muito essa projeção que a mídia dá sobre competitividade. Sempre que eu vejo um perfil comparando entre duas mulheres e pedindo que o público eleja quem é melhor nisso quem é melhor naquilo, eu penso que dá para se ter muito mais visibilidade colocando essas duas mulheres como amigas, como duas pessoas que estão juntas pela música. Então o que me motivou foi isso. Sou sim uma mulher feminista, sempre fui. Entendo perfeitamente o conceito dessa palavra: igualdade. Eu quero igualdade. Ser feminista é obrigatório.

Recentemente você atuou como protagonista no filme Serial Kelly. Como foi a experiência? O que podemos aguardar do filme?

Esse filme vai dar o que falar. Vai explodir a sociedade conservadora, pois vai ter a primeira serial killer nordestina. Eu sou muito apaixonada pela cultura do nordeste de um modo geral, então peguei o sotaque e fiz uma grande imersão para me entregar e mergulhar na Kelly, que é uma cantora de arrocha eletrônico. É uma mulher muito forte, que vai matar muitos machistas e lutar contra homofobia. Ela vai chegar chutando a porta e soltando raio pela piriquita, então se preparem.
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