Carnaval

'O axé está num momento de transição', diz Bell Marques, atração do Olinda Beer

Veterano cantor baiano analisa a música atual e novos nomes do estado, como Baiana System

Publicado em: 03/02/2018 11:01 | Atualizado em: 18/05/2020 19:07

Bell Marques no Olinda Beer. (Foto: Julio Jacobina/DP/D.A Press)
Bell Marques no Olinda Beer. (Foto: Julio Jacobina/DP/D.A Press)


Veterano no carnaval, o cantor Bell Marques é uma das estrelas e figura recorrente no Olinda Beer - realizado neste domingo, na área externa do Centro de Convenções. Em 2018, ele retorna ao palco pernambucano para mais uma apresentação. Em carreira solo depois de deixar o Chiclete com Banana, banda com a qual obteve projeção nacional e atraiu um público fiel, os chicleteiros, o artista é um nome referencial para comentar as mudanças enfrentadas ao longo dos anos pela música e pela festa popular - sobretudo a ascensão artística de gêneros como sertanejo e funk em contraponto à perda de espaço do axé, ritmo dentro do qual se criou.

Da Terra de Todos os Santos, outras bandas têm se destacado no cenário músical, como Baiana System e ÀttooxxÁ. "Acho muito bacana, o trabalho dessas bandas, que nada mais são o que a música baiana sempre foi, que é a mistura sem preconceitos de diversas referências", ele disse ao Viver. Confira outros pontos da entrevista feita por email.

Como o público tem recebido suas músicas da carreira solo?
Olha, estou muito feliz com os caminhos aos quais minha carreira solo tem me levado, fico muito contente com o carinho do público, com o apoio desde que saí em carreira solo. Não tenho do que reclamar.

Você mantém uma rotina de shows bastante agitada. Como faz para manter o pique?
São muitos anos nessa correria, então, o corpo se acostuma, mas, claro, tento manter um estilo de vida equilibrado, sem excessos e me cuidando sempre.

Você já possui 40 anos de carreira. Como se sente por ter permanecido tanto tempo em evidência?
Vivi muitas histórias bacanas, passei por momentos diferentes do mercado, conheci muita gente bacana e me sinto sortudo por ter tido a oportunidade de viver essas experiências e de continuar no auge depois de tanto tempo, com muito trabalho, claro.

A música baiana passa por um momento de experimentações encabeçado por artistas como Baiana System e ÀttooxxÁ. O que acha desse movimento?
Acho muito bacana o trabalho dessas bandas, que nada mais são o que a música baiana sempre foi, que é a mistura sem preconceitos de diversas referências. Axé foi apenas uma limitação que tentaram impor à nossa música no passado e que, até hoje, ninguém sabe definir muito bem porque a música baiana não é simples.

Acha que a axé music perdeu espaço na indústria fonográfica?
Acho que o axé está num momento de transição e de experimentação. Todo gênero já passou por isso, inclusive o sertanejo, que mudou muito na sua essência. O funk passou por isso, o rock... Sempre haverá espaço para tudo na música brasileira.

E como avalia o atual momento musical do país?
O momento atual é baseado na tecnologia, nas redes sociais, na velocidade. Tem o lado bom, que você alcança o público de forma muito mais rápida, mas tem o lado negativo, que exige demais do artista, do compositor, que tem que lançar uma música por mês, por exemplo. A forma de consumir música mudou muito.

No ano passado, algumas das músicas mais tocadas do carnaval foram do ritmo funk. Acha que esse gênero combina com o carnaval?
O carnaval, principalmente o da Bahia, sempre foi democrático e sempre abriu espaço para todos os gêneros. Aí, ao longo dos anos, vamos avaliando o que fica. Já recebemos Bono Vox no Carnaval, grandes DJs de todo o mundo. Não é novidade.

SERVIÇO
Onde: Área externa do Centro de Convenções de Pernambuco (Complexo Salgadinho, Olinda)
Quando: Domingo, a partir das 10h
Quanto: R$ 40 (pista), R$ 90 (área vip) e R$ 240 (open beer), na Bilheteria Digital
Troca das camisas: até domingo, nas Riachuellos Shopping Boa Vista (pista e área vip) e Shopping Tacaruna (open beer)

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