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Crítica: A Grande Jogada é estreia acertada de Aaron Sorkin na direção

Cineasta é mais conhecido pelo trabalho como roteirista da série The Newsroom e do filme A Rede Social

Publicado em: 22/02/2018 20:00 | Atualizado em: 22/02/2018 15:22

Jessica Chastain imprime postura forte à personagem. Foto: Diamond Films/Divulgação

Após mais de duas décadas e meia atuando como roteirista, Aaron Sorkin estreia na direção com A grande jogada, em exibição no circuito nacional a partir de hoje. Se o autor ficou reconhecido pelos diálogos rápidos e fortes, a marca foi mantida no debute como diretor, responsável pelos textos de séries como The west wing, The newsroom e alguns filmes, os mais recentes deles Steve Jobs (2015) e Moneyball (2011).

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Assim como no seu trabalho mais famoso, A rede social (2011), a base para o roteiro do novo trabalho de Sorkin é uma história real. Outro paralelo entre longa-metragem sobre os bastidores da criação do Facebook e A grande jogada é o fato do primeiro ter rendido um Oscar de Melhor Roteiro Adaptado ao cineasta, mesma categoria em que concorre este ano na premiação.

Dessa vez, o biografado é alguém menos célebre, mas a história lida, igualmente, com temas como poder e dinheiro. A protagonista, Molly Bloom (Jessica Chastain), é uma jovem que decide tirar um ano sabático para descansar dos estudos e se distanciar de alguns problemas familiares, especificamente da relação complicada com seu pai, o rigoroso e autoritário Larry (Kevin Costner). O destino é a cidade de Los Angeles, Meca do cinema norte-americano, local onde conhece o produtor Dean Keith (Jeremy Strong), que decide contratá-la como assistente pessoal.

Entre as obrigações do novo trabalho está a organização de jogos clandestinos de pôquer promovidos por Dean, eventos que atraem celebridades de Hollywood e outros nomes da alta sociedade. As grandes cifras envolvidas e um desentendimento entre Molly e o patrão levam ela a organizar as próprias rodas de jogatinas. Inteligente e habilidosa, a protagonista obtém sucesso na empreitada, superando facilmente o antecessor. Além de disputados, os seletos eventos com o selo de Molly movimentam cifras vultosas.

Monólogos e fluxos de pensamentos permeiam o filme, construindo bem a personalidade da protagonista, retratada em diversas fases da vida, da infância à vida adulta. Mesmo com acontecimentos às vezes narrados de forma não linear, a trama é desenvolvida de forma eficiente e clara, resultado de boa edição, também bastante ágil e fluída. Chastain foi uma ótima escolha para o papel e a atriz consegue transmitir uma postura forte e determinada à personagem.

Segundo ator com maior tempo em tela, Idris Elba mostra a habitual competência como Charlie Jaffey, advogado de Molly, assim como Costner se sai bem como uma figura paterna complexa e, de certo modo reprovável, mas crucial para a trama. Com uma história interessante e bem desenvolvida, A grande jogada, a despeito do título nacional bastante genérico, é um drama acima da média.

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