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Memórias e bastidores da carreira do Monty Python são resgatados em autobiografia

Integrantes do grupo britânico relembram trajetória em livro recém-lançado no Brasil

Publicado em: 22/01/2018 14:25 | Atualizado em: 22/01/2018 14:31

Grupo influenciou humorísticos de várias gerações. Foto: BBC/Divulgação

Ovelhas voadoras, filósofos jogando futebol, homens crucificados cantarolando uma canção sobre o lado bom da vida, lenhadores se vangloriando do ofício e outras esquisitices fizeram parte do repertório cômico do Monty Python. Um dos mais celebrados grupos de humor de todos os tempos, o sexteto britânico tem a história contata pelos próprios integrantes no livro Monty Python: Uma autobiografia escrita por Monty Python (Realejo Livros, 432 páginas, R$ 69,90), que chega este mês às livrarias.

A biografia é construída a partir de depoimentos dos cinco humoristas remanescentes (Eric Idle, John Cleese, Michael Palin, Terry Gilliam e Terry Jones) ao escritor Bob McCabe. As informações relativas a Graham Chapman (1941-1989) são de entrevistas antigas e arquivos e de relatos de parentes e de David Sherlock, companheiro do ator. Dividido em capítulos temáticos, o volume alterna as vozes dos Python na investigação sobre o surgimento da trupe, a partir do programa televiso exibido entre 1969 e 1974, e no restante da carreira do grupo, continuada em apresentações ao vivo e em três longas-metragens.

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Até então inédito no Brasil, o livro, publicado originalmente em 2003, explora também a biografia individual dos artistas e traz diversas imagens dos arquivos pessoais dos integrantes. Capazes transitar entre o humor arrojado e o pueril, o grupo ficou marcado pelos experimentalismos em seu programa humorístico, o Monty Python's Flying Circus. Transmitida pela BBC, a atração reunia esquetes, em sua maioria, desconexas entre si e que também, não raro, pendiam para o absurdo. O show influenciou de produções norte-americanas, como o Saturday Night Live, aos brasileiros do TV Pirata e, mais recentemente, o Porta dos Fundos.

"Juntos, éramos quase uma só pessoa, uma pessoa completamente maluca. Éramos todos doidos, mas cada um à sua maneira. Cada um tinha um elemento de loucura", relata Eric Idle no livro. Apesar dessa declarada unidade, o grupo eventualmente tinha dificuldades para encontrar o consenso. "Às vezes, travávamos brigas tremendas sobre o material. Era estranho, porque sempre giravam em torno do material, nunca brigamos para decidir quem interpretaria o quê", diz Cleese em outro trecho, acrescentando que as desavenças muitas vezes terminavam em insultos.

"Vivemos momentos obscuros, com Pythons irritados", ressalta Michael Palin na obra. Ainda que as diferenças criativas tenham levado Cleese a abandonar a série na quarta e última temporada, os relatos dos comediantes mostram um forte senso de companheirismo e unidade, aspecto ainda mais evidenciado após a morte de Chapman. "Sem o Graham, não somos mais o Python. Podemos ter variações do Python, mas não é a mesma coisa", escreve Palin. O grupo se reuniu pela última vez em 2014, em uma série de shows de despedida, após três décadas sem se reunirem.

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