Cinema

120 Batimentos por Minuto traz emocionante história sobre luta contra a Aids

Vencedor do grande prêmio do júri em Cannes, filme representa a França na disputa por uma vaga no Oscar

Publicado em: 04/01/2018 17:20 | Atualizado em: 04/01/2018 17:27

Filme aborda também história da ONG Act UP, dedicada aos diretos dos soropositivos. Foto: Imovision/Divulgação

Se ainda são frequentes, por parte de certos grupos, expressões de intolerância e ignorância a respeito da Aids, a situação era ainda mais complicada quando o vírus era uma novidade. O longa 120 batimentos por minuto, em exibição a partir de hoje no Cinema do Museu/Fundação (Avenida Dezessete de Agosto, 2187, Casa Forte), reconstrói esse passado recente, cheio de ecos com a atualidade, tendo como pano de fundo a França nos anos 1990 e a ONG Act UP, dedicada a ações educativas e de conscientização sobre a questão.

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Vencedor do grande prêmio do júri em Cannes e escolhido para representar a França no Oscar, o filme escrito e dirigido por Robin Campillo não é uma biografia no sentido formal. Ainda que a organização retratada exista e continue em funcionamento, os personagens e acontecimentos são fictícios, inspirados em figuras reais e fatos da época. O próprio cineasta fazia parte do movimento e trouxe algumas de suas memórias para a tela.

Menos um filme sobre a ONG e mais a respeito de personagens, 120 batimentos por minuto explora pequenas histórias por trás de indivíduos envolvidos nas ações da Act UP, em particular o soropositivo Sean (Nahuel Perez Biscayart) e seu companheiro Nathan (Arnaud Valois), recém-chegado ao grupo e um dos simpatizantes com a causa que não tem o vírus.

Sem excesso de sentimentalismo, mas de forma afetuosa, Campillo faz um retrato convincente da relação entre o casal central e toca também em questões relacionadas ao preconceito para com soropositivos e comunidade gay. Com interessantes e ricos personagens secundários, o longa também explora diferentes visões sobre como enfrentar a intolerância e desmistificar a Aids. Um filme importante nestes tempos em que discursos de ódio persistem.

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