Música

Novos Baianos resgatam repertório do aclamado Acabou Chorare em show em Pernambuco

Banda revive clássicos como A Menina Dança e Mistério do Planeta em apresentação no Classic Hall

Publicado em: 01/12/2017 17:29 | Atualizado em: 01/12/2017 19:08

O cenário do palco remete ao Acabou Chorare, com uma decoração inspirada na capa do LP. Foto: Mila Maluhy/Divulgação

Nos anos 1970, os jovens Moraes Moreira, Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão desafiaram a ditadura militar ao adotar um estilo de vida anárquico e comunitário no Sítio do Vovô, em Jacarepaguá (RJ). Foi nessa convivência lisérgica que os Novos Baianos resolveram integrar as sonoridades acústicas nacionais com as estridentes guitarras do movimento hippie norte-americano. O filho dessa mistura foi o mítico Acabou chorare (1972), um dos discos mais aclamados da história da música brasileira e um dos melhores retratos da contracultura tupiniquim.

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O anúncio de uma turnê para comemorar os 45 anos do álbum pegou de surpresa os fãs que a banda acumulou durante essas quatro décadas. Após passar por diversos estados, o show Acabou Chorare: os Novos Baianos se encontram será encenado hoje, no Classic Hall (Avenida Agamenon Magalhães, s/n, Salgadinho), em Olinda. As entradas custam R$ 120 (pista), R$ 60 (pista meia), R$ 1.400 (camarote 1º piso), R$ 1.600 (camarote 2º piso) e R$ 1.800 (camarote 3º piso), com ingressos à venda no site Bilheteria Virtual.

Na atual turnê, que deu origem ao recém-lançado DVD do grupo (gravado no Rio de Janeiro), a banda revive clássicos como A menina dança, Preta pretinha e Mistério do planeta. No concerto, o quinteto tem a companhia de músicos com os quais conviveram à época: o baixista Dadi Carvalho (integrante da formação original), Didi Gomes, também baixista, o baterista Jorginho Gomes, além do tecladista Gil Oliveira. Até mesmo o cenário do palco remete ao Acabou chorare, com uma decoração colorida assinada por Gringo Cardia e inspirada na capa do LP. No repertório, ainda haverá espaço para músicas de outros discos da banda e uma homenagem a João Gilberto, com Chega de saudade.

A presença de uma composição do gênio da bossa nova não é simples coincidência. Afinal, o encontro dos Novos Baianos com ele foi um dos episódios primordiais para a concepção do disco que motivou a atual turnê. Foi a musicalidade calma e minimalista de João que estimulou a banda a tocar ritmos brasileiros do disco, exaltados no samba Brasil pandeiro e no “heavy baião” Tinindo tricando.

Apesar dos integrantes já não serem mais os jovens hippies de 1972 - todos já passaram da faixa dos 60 anos - a vivacidade das canções preservam a juventude de suas performances. E a atual turnê é a prova viva disso. 

2 perguntas // Baby do Brasil, cantora

Com o LP Acabou chorare, o Brasil inteiro tomou conhecimento dos Novos Baianos. Como receberam o sucesso e a fama?
Recebemos como um presente abençoado de Deus, pois havíamos passado por muitas necessidades, incluindo prisões, naquele tempo de ditadura. Ficamos sem grana várias vezes e nos uníamos como família para que conseguíssemos chegar ao sucesso e nos manter dignamente. Foi a bênção que esperávamos!

Como tem sido esse novo retorno dos Novos Baianos?
É como se o tempo não tivesse passado! Damos muitas risadas todo o tempo, nos divertimos lembrando das nossas histórias de vida... O retorno aos palcos tem sido gratificante, pois estamos nos revisitando, nos amando, crescendo musicalmente, e recebendo do público dos filhos e dos netos daqueles que caminharam com a gente nos anos 1970 - todo o amor, admiração o respeito e o carinho que qualquer artista almejaria receber em sua carreira.

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