Artes cênicas Livro sobre o Teatro de Cultura Popular é lançado no Sesc Santo Amaro Historiador e professor de teatro Rudimar Constâncio publica dissertação de mestrado defendida em Portugal

Por: Isabelle Barros

Publicado em: 02/12/2017 09:52 Atualizado em:

Registro do espetáculo 'A derradeira ceia', do Grupo Teatro de Cultura Popular (TCP). Crédito: Acervo Memórias da Cena Pernambucana/Divulgação
Registro do espetáculo 'A derradeira ceia', do Grupo Teatro de Cultura Popular (TCP). Crédito: Acervo Memórias da Cena Pernambucana/Divulgação

Uma parte importante da história das artes cênicas em Pernambuco é lembrada pelo historiador Rudimar Constâncio no livro Teatro da Cultura Popular: uma prática teatral como inovação pedagógica e cultural no Recife (1960-1964), cujo lançamento acontece às 17h deste sábado no Sesc Santo Amaro (Rua 13 de Maio, 455, Santo Amaro). A pesquisa do autor se tornou dissertação de mestrado defendida em 2015 na Universidade da Madeira, em Portugal, e foi ampliada para a publicação, apoiada pelo Sesc, Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e pela deputada Laura Gomes (PSB).

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O Teatro de Cultura Popular (TCP) foi fruto do Movimento de Cultura Popular encampado por Miguel Arraes, primeiro como prefeito do Recife, entre 1960 e 1962 e, em seguida, durante sua primeira gestão como governador de Pernambuco, entre 1963 e 1964. Rudimar quis investigar se essa experiência curta era uma inovação tanto na pedagogia quanto no teatro local. Para isso, lançou mão de material documental, como fotos e publicações dos anos 60, incluindo trechos do espetáculo Julgamento em novo sol, dirigida por Nelson Xavier.

De acordo com Rudimar, o Teatro de Cultura Popular abriu um caminho ainda inexplorado no Brasil: o de trazer as artes cênicas aliadas a um processo de alfabetização e de conscientização social. “O TCP traz para o Brasil um trabalho já feito na Europa, no sentido de abordar o teatro de uma maneira não-elitizada. Paulo Freire propôs e eles foram os disseminadores de um teatro que não era somente a estética por si mesma, mas unida à política e à pedagogia. Quem trazia essas ideias revolucionárias era Bertolt Brecht, então eles tinham uma relação com esse teatro didático e contavam o que o povo queria ver. Eles focavam a realidade das pessoas”.

O evento de lançamento do livro também vai contar com apresentações artísticas, como a intervenção Palhaçaria, da Luinar Produções, o Grupo Sesc de Violinos, com repertório de clássicos eruditos e populares, o espetáculo de dança Maculelê, da Escola Técnica Epitácio Pessoa, o Grupo Coco Vermelho, do Terreiro Ilê Azé Zangô e o Caboclinho Tupã, do Alto José do Pinho. A partir das 19h, as atrações são Amanda C na discotecagem e Andreia Luiza e Grupo Pérola no samba. O valor do livro é R$ 40.



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