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Música Elba Ramalho celebra a fé cristã em álbum com participação do padre Fábio de Melo Músicas de Roberto e Erasmo Carlos, Nando Cordel e outros compositores estão em Eu Sou o Caminho

Por: Alef Pontes

Publicado em: 26/12/2017 14:03 Atualizado em: 26/12/2017 11:49

A faixa que abre o repertório é uma regravação do clássico O Homem, de Roberto e Erasmo Carlos. Foto: Marcelo Ribeiro/Divulgação
A faixa que abre o repertório é uma regravação do clássico O Homem, de Roberto e Erasmo Carlos. Foto: Marcelo Ribeiro/Divulgação

Devota confessa de Nossa Senhora, a cantora Elba Ramalho professa mais uma vez a fé em seu mais recente trabalho. Lançado às vésperas do Natal nas plataformas digitais, o álbum Eu sou o caminho traz uma série de mensagens sobre amor e renovação. Projetado no "místico sagrado" do universo espiritual, como define a cantora, o disco tem 12 canções. Entre inéditas e regravações, se fazem presentes clássicos de nomes como Roberto Carlos e do austríaco Franz Schubert, com a icônica Ave Maria, chamado vespertino radiofônico da Hora do Angelus na tradição católica. 

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A faixa que abre o repertório já adianta o norte do trabalho: uma regravação do clássico O homem, de Roberto e Erasmo Carlos. A versão chega quase quatro décadas e meia após o lançamento da original, em 1973, e traz uma emocionante declaração da cantora no refrão "Tudo que aqui Ele deixou/ Não passou e vai sempre existir/ Flores nos lugares que pisou/ E o caminho certo pra seguir". "É uma música muito antiga, mas muito atual, como Deus, né? Deus está desde sempre. É o mesmo e continuará sendo o mesmo por toda a eternidade", declarou a cantora, em vídeo divulgado nas redes sociais para promover a faixa. 

Com direção musical e arranjos do maranhense Zé Américo, Eu sou o caminho busca o equilíbrio entre o popular e o sacro, tal qual nas manifestações que têm origem na oralidade nordestina. O disco tem participação do padre Fábio de Melo, do compositor Gilson (Casinha branca) e de um coral sacro, além de composições de Altay Veloso e Nando Cordel. 

Um dos destaques do repertório, o reggae Deixe o amor fazer a lei, uma encomenda feita por Elba para o parceiro Zé Américo, declara a paz para as crianças exiladas na guerra da Síria: "Deixem crescer os meninos feito frutos no pomar". A voz de Elba é reforçada pelo instrumental do guitarrista Leonardo Amuedo (Chris Bold e Ivan Lins), do baixista Ni Conceição, do baterista Camilo Mariano, do guitarrista Pedro Braga e do próprio Zé Américo, nos teclados, programação e arranjos.
 
ENTREVISTA // Zé Américo  

Como se deu foi o processo de concepção deste trabalho?
Apesar de Elba ser uma pessoa extremamente católica, este é um trabalho que não tem maneira de igreja. É um disco que fala de amor, mas que tem uma pegada bem MPB, através de composições de artistas da música popular brasileira que falam sobre um amor maior. São canções muito bonitas que trazem mensagens que até caberiam em um repertório religioso, mas que não tem esse propósito. Como diz o Padre Fábio de Melo, nós conseguimos fazer uma linguagem popular para uma cantora que tem esta pegada da música popular.

No disco, além dos arranjos e da direção musical, você assina músicas como a faixa Não passarás. Como manter esse equilíbrio entre o popular e o sacro na voz de Elba?
Foi o primeiro single divulgado e ele exemplifica bem esse lado popular. Não passarás é um xote, uma coisa bem a cara de Elba. A gente tem uma afinidade muito grande, construída ao longo de muitos anos trabalhando juntos. É maneira de pensar em parceria. Nos sentamos e escolhemos o repertório juntos. Elba queria trazer essas mensagens espirituais e eu propus trazer o popular. Tem várias músicas que falam do amor, sem necessáriamente falar de Deus, mas que mantém um relação muito próxima. A gente foi fazendo aos poucos, com tudo muito bem pensado. É um disco que tem tudo a ver com esse período de fim de ano, mas, que eu acredito que vai dar muito o que falar durante todo o ano. 

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