Cênicas Vida e obra de Billie Holiday é tema de musical no Recife Amargo fruto: A vida de Billie Holiday acompanha a ícone do jazz em sua trajetória pelo sucesso

Por: Alef Pontes

Publicado em: 23/11/2017 09:41 Atualizado em: 23/11/2017 09:46

Lilian Valeska dá vida a Bilie Holiday em cena. Foto: Andrea Rocha/Divulgação
Lilian Valeska dá vida a Bilie Holiday em cena. Foto: Andrea Rocha/Divulgação

A vida e obra de uma das mais renomadas cantoras e compositoras do jazz mundial, Billie Holiday, é esmiuçada no espetáculo Amargo fruto: A vida de Billie Holiday, que ocupa o palco da Caixa Cultural Recife em quatro sessões distribuídas de quinta-feira (23) a sábado (25). Estrelado pela atriz e cantora Lilian Valeska, o musical reverencia o talento da norte-americana que enfrentou a pobreza, prostituição, abusos, preconceito racial e o vício no caminho para se tornar um dos grandes expoentes femininos na história da música. Os ingressos para o espetáculo custam R$ 10 e R$ 5 (meia) e estão à venda na bilheteria do espaço.

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Com direção musical e arranjos de Marcelo Alonso Neves e direção geral de Ticiana Studart, Amargo fruto: A vida de Billie Holiday traz, além de Lilian Valeska, os atores Milton Filho e Patrícia Costa no elenco, que cantam e interpretam personagens que influenciaram a vida da cantora. Em cena, eles são acompanhados por um quarteto instrumental composto por piano, baixo, bateria e sax tenor, que tocam ao vivo 19 canções eternizadas na voz da artista, entre elas Summertime, Strange fruit e Speak low.

Hoje cultuada como uma referência mundial por sua voz de timbre inconfundível, Billie Holiday teve sua vida tumultuada, marcada pelo alcoolismo, casos de estupro e prostituição na infância, uso de heroína e a prisão da cantora, temáticas que são abordadas no enredo do musical, e que tornaram a cantora uma tradutora da melancolia em suas músicas. "Tem um momento que ela diz: 'Eu fui estuprada várias vezes, para sempre levar a culpa'. Ao longo de sua vida, Billie foi usada e abusada, levava a culpa e era obrigada a viver com isso", recorda Lilian, sobre os abusos sofridos pelos pais e diversos maridos da cantora. "O momento em que ela conseguia sentir algum prazer era quando estava nos palcos, rodeada dos músicos. E na peça nós vamos retratando cada momento, cada obstáculo enfrentado através da música", explica, sobre a narrativa que dá conta da ascensão e decadência de Holiday.

"Ela foi muito perseguida porque era uma preta fazendo sucesso na década de 1930, chegou a ter que deixar os Estados Unidos", afirma, sobre a importância de propor a discussão sobre temas como o racismo através das mazelas enfrentadas por sua personagem. "Hoje, apesar de as pessoas terem mais voz com as redes sociais, o racismo ainda é uma coisa presente. Quando veem uma criança negra correndo na rua, continuam achando que é ladrão e o perseguem", exemplifica Lilian.

SERVIÇO
Amargo fruto: A vida de Billie Holiday
Quando:
quinta (23) e sexta (24), às 20h, e sábado (25), às 17h e 20h
Onde: Caixa Cultural Recife (Av. Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife)
Quanto: R$ 10 e R$ 5 (meia)
Informações: 3425-1915

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