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Artes Cênicas Teatro Arraial tem espetáculos gratuitos para festejar 20 anos de vida Portas fechadas, revitalização e mudança de nome estão inclusos na trajetória do teatro

Por: Matheus Rangel

Publicado em: 28/11/2017 09:45 Atualizado em: 28/11/2017 09:54

Espetáculo O Amor Segundo As Mulheres de Xangô abre programação. Foto: Iagor Peres/Divulgação
Espetáculo O Amor Segundo As Mulheres de Xangô abre programação. Foto: Iagor Peres/Divulgação

Se comparado com o Teatro de Santa Isabel - do qual é separado apenas pelo Rio Capibaribe -, que tem 167 anos, ou com o Teatro do Parque, aos 103 anos de existência, o Teatro Arraial Ariano Suassuna pode ser considerado jovem no panorama das artes cênicas do Recife. Surgido à luz do centenário da destruição do arraial de Canudos, em 1997, com o intuito de abrigar expressões da cultura popular, a casa de espetáculos celebra duas décadas de fundação nesta semana com programação gratuita. 

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A partir desta terça-feira (27) até quinta-feira (30) o teatro recebe uma peça por dia para comemorar os 20 anos de trajetória, que incluiu portas fechadas, revitalização e mudança de nome. Com 94 assentos, dois camarins e palco com 9,4 metros de largura e sete de profundidade, o aparelho cultural de pequeno porte tem, nas paredes, vitrais que retratam Antônio Conselheiro e sua companheira, Maria Villanova, líderes do movimento de Canudos. Inspirado pelo episódio histórico, símbolo da luta sertaneja, Ariano esteve desde sempre envolvido com as atividades lá realizadas, incluindo quando lutou pela reabertura do local, em 2012, e até depois de falecido, em 2014, quando o teatro foi rebatizado pela atual gestão para carregar também seu nome. 

Amor, segundo as mulheres de Xangô, solo da bailarina e coreógrafa Maria Paula Costa Rêgo com direção de Eric Valença, inicia a programação às 19h30 de hoje. O espetáculo evoca a mitologia afro-brasileira e indígena em uma narrativa sobre amor e a capacidade de se doar. A produção é do Grupo Grial de Dança, fundado por Maria Paula e Ariano na década de 1990 e um dos responsáveis por estrear o Teatro Arraial. 

Iansã, Oxum e Obá são as três figuras femininas que, na peça, disputam o afeto do orixá. "Durante 18 anos, o Grial pesquisou as tradições. Houve uma decantação deste tema e senti a necessidade de chegar perto destas matrizes africanas e indígenas e a peça é um reflexo deste ciclo destas investigações", descreve a artista, que lançou, em 2015, Abô. Atualmente, apenas ela compõe o grupo, que mudou o modus operandi com o passar dos anos e conta com colaboradores designados de acordo com o projeto em vigor. 

DORAlice (quarta-feira, às 15h), produção infantil da Cia. 2 em Cena que aborda de maneira metafórica a questão do abuso contra crianças e adolescentes, e Em nome do pai (quinta, às 19h), da REC Produtores, cuja proposta é jogar luz sobre a importância da valorização do texto literário por meio de um “embate psíquico” entre pai e filho, completam a grade de atrações. O Teatro Arraial fica no número 457 da Rua da Aurora, na Boa Vista.

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