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Taylor Swift lava a roupa suja das intrigas no novo álbum da carreira

Reputation - Reputação, em português - ressalta êxitos da loira 'encrenqueira' e chega junto com turnê

Publicado em: 13/11/2017 20:31 | Atualizado em: 18/05/2020 18:46

Cantora cantarola desavenças e perseguição praticada pela mídia (Foto: Taylorswift.com/Reprodução)
Cantora cantarola desavenças e perseguição praticada pela mídia (Foto: Taylorswift.com/Reprodução)


Dos 11 anos da carreira musical de Taylor Swift, os três últimos foram de total metamorfose. Além de abandonar o country, estilo que a catapultou para o topo das paradas dos Estados Unidos, a norte-americana da Pensilvânia tornou-se alvo constante dos tabloides por protagonizar polêmicas e intrigas com outras celebridades de peso, a exemplo de Katy Perry. Ressaltar os êxitos dessa Taylor "encrenqueira" é a proposta chave de Reputation, novo álbum de inéditas, lançado na sexta-feira (9). Uma das poucas que ainda consegue superar a marca de 10 milhões de cópias vendidas por disco lançado, ela não disponibilizou o trabalho nos serviços de streaming - plataformas contra as quais se insurgiu por conta de direitos autorais. O lançamento também chega com a turnê Reputation Stadium Tour.

Assim como o antecessor, 1989 (de 2014), o lançamento tem a música pop na essência. As faixas mais divertidas são justamente as que Taylor detalha frustrações pelas desavenças com Calvin Harris e Kanye West, assumindo ser uma espécie de Regina George - vilã do clássico adolescente Meninas malvadas (2004) - da indústria fonográfica. A segunda (e maior) parte do álbum, no entanto, mostra a cantora a que todos estão acostumados a ouvir: meiga, mas inegavelmente genérica. É como se a intérprete estivesse dividida entre soar como uma "bad girl" e agradar ao público como a usual "queridinha da América".

Bad girl
Para dar um tom mais agressivo à loira, a capa de Reputation mostra uma Taylor séria, à moda grunge. A arte utiliza fontes tipográficas de jornais para retratar "a perseguição da mídia". Algo parecido era feito por rappers dos anos 1980 e 1990, que tentavam fazer paralelo com a forma como negros apareciam nas capas de jornais para relatar a violência urbana.

Look what you made me do, primeiro single do projeto, tenta conseguir a façanha de intimidar Kanye West - a novela entre os dois começou em 2008, quando o rapper a interrompeu durante o MTV Music Video Awards para contestar a validade de seu prêmio. Para isso, a cantora contou com a produção do talentoso Jack Antonoff e uma letra regada de rancor, ameaçadas e um suposto amadurecimento: "Fiquei mais inteligente, mais forte, na hora certa".

 (Foto: Big Machine Records/Reprodução)
Foto: Big Machine Records/Reprodução


...Ready for it, segundo single do trabalho, introduz o álbum de forma grandiosa. Fugindo do pop adocicado, a cantora arrisca em versos velozes que, entre as batidas eletrônicas, tentam emular um rap que reafirma a sagacidade da nova fase. O ritmo desacelera em um refrão romântico, formando um contraste interessante. A dualidade "agressiva versus apaixonada" é o trunfo da canção e, talvez, a melhor definição da atual Taylor.

Em End game, a loira se junta com o cantor Ed Sheeran e o rapper Future para uma canção bastante radiofônica. Fala sobre um casal que possui uma "grande reputação" e uma mulher que quer ser colocada em primeiro lugar na vida de um homem. Competindo com o primeiro single, o auge desta "Taylor má" surge no pop dançante I did something bad: "Eles dizem que fiz algo ruim / Mas porque me sinto tão bem? / Foi a maior diversão que já tive / E eu faria tudo de novo, de novo e de novo se pudesse".

Queridinha da América
Com exceção de Dont blame me e Dancing with ours hand tied, nas demais faixas do álbum é possível perceber uma Swift que cai na mesmice e um certo excesso de músicas românticas. Ainda assim, seu talento como compositora é inegável. É incômodo, no entanto, que ela tenha feito tanto alarde sobre mudanças para entregar um álbum tão tradicional. A capa, juntamente com as estratégias de marketing - com destaque para seu sumiço das redes sociais - criaram a expectativa de um álbum pop contundente.

Ao ver uma loira sendo colocada como alvo da mídia e falando sobre reputação, é difícil não lembrar do obscuro Blackout (2007), de Britney Spears, recente clássico do pop e uma das melhores referências neste sentido. Também é possível citar o The fame (2009), álbum de estreia de Lady Gaga. São exemplos de discos que, de fato, criaram uma narrativa interessante sobre a fama e seu estilo de vida.

Assista aos videoclipes do álbum:





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