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TV Série de época Alias Grace, na Netflix, permite paralelo atual com violência contra mulher Produção é inspirada em obra de Margaret Atwood, a mesma de The Handmaid's Tale

Por: Fernanda Guerra - Diario de Pernambuco

Publicado em: 20/11/2017 21:31 Atualizado em:

A série é inspirada em um caso real ocorrido no Canadá. Foto: Netflix/Divulgação
A série é inspirada em um caso real ocorrido no Canadá. Foto: Netflix/Divulgação


A Netflix reconheceu o erro de ter ignorado o potencial de The handmaid's tale (O conto de aia), seriado vencedor do Emmy deste ano na categoria Melhor Série Dramática. O serviço de streaming rejeitou o projeto, que acabou desenvolvido pelo concorrente Hulu, a primeira plataforma online a ganhar o prêmio principal da cerimônia. Para reparar o deslize, a Netflix incluiu sabiamente no catálogo a minissérie Alias Grace, baseada no livro Vulgo Grace, da mesma autora de O conto de aia, Margaret Atwood.

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Ao contrário da premiada, Alias Grace é inspirada em um caso real ocorrido no Canadá e se concentra na personagem Grace Marks (Sarah Gadon), condenada à prisão perpétua pelo assassinato de duas pessoas em 1859. Apesar de se tratar de um passado distante, há similaridades quanto à realidade de muitas mulheres da sociedade contemporânea. A produção começa quando um médico vai analisá-la para escrever um relatório - de absolvição ou não, 15 anos após o crime. A delicadeza e o carisma da protagonista equilibram a densidade temática, que permeia assuntos como opressão social, abuso e violência sexual. Assim como O conto de aia, a obra estimula a discussão sobre desigualdade de gêneros.

Além da própria questão da sentença, a série destaca os abusos sofridos pela personagem principal antes e depois do crime cometido. Ao longo dos episódios, fica a dúvida quanto à culpa dela, diante de acontecimentos do passado sombrio. A narrativa não é linear, exigindo atenção do espectador. As personagens femininas são fortes e cativantes. A série entra para lista de produções empenhadas em discutir o papel da mulher na sociedade. Vale a maratona!

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