HQs Leve e despretensioso, Liga da Justiça é um acerto da DC Comics nos cinemas Filme corrige erros de produções anteriores inspiradas nos quadrinhos da editora

Por: Breno Pessoa

Publicado em: 15/11/2017 09:02 Atualizado em: 15/11/2017 09:08

Todos os heróis apresentados em Liga terão filmes solo nos próximos anos. Foto: Warner Bros./Divulgação
Todos os heróis apresentados em Liga terão filmes solo nos próximos anos. Foto: Warner Bros./Divulgação

Demorou um pouco, mas finalmente a DC Comics parece ter encontrado o rumo em suas adaptações cinematográficas, após os irregulares Homem de Aço (2013), Batman VS Superman (2016) e Esquadrão suicida (2016). Depois do bem-sucedido Mulher-Maravilha (2017), é a vez do principal time de super-heróis da editora ganhar as telas com Liga da Justiça, que tem sessões a partir de hoje.

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O longa-metragem abandona a ideia de transformar super-heróis em fantasias chamativas em algo demasiadamente sério, como nos títulos anteriores. Já na sequência inicial do filme vemos um flashback do Superman sorridente e simpático de uma maneira que até então não havia sido vista desde que Henry Cavill assumiu o papel. Em entrevista recente à revista EW, o ator afirmou que "é a primeira vez que veremos o Superman de verdade. Aquele que é confiante, certeiro e cheio de alegria e esperança".

Liga da Justiça segue os acontecimentos de Batman VS Superman, encerrado com o enterro do herói de Krypton. Em um mundo sem o Homem de Aço, Bruce Wayne/Batman e Diana Prince/Mulher-Maravilha (Gal Gadot) reúnem aliados para combater uma ameaça alienígena, o Lobo da Estepe (Ciarán Hinds). É uma trama genérica: a Terra corre risco de ser dominada por um poderoso ser interplanetário e somente um time unido de super-heróis pode deter. É aí que entram em cena Arthur Cury/Aquaman (Jason Momoa), Victor Stone/Cyborg (Ray Fisher) e Barry Allen/Flash (Ezra Miller).

Com tempos em tela equilibrados, cada um dos integrantes do time tem o pano de fundo individual bem-desenvolvido antes da formação da Liga e a interação entre eles é um dos pontos altos do filme. O turrão Aquaman e o inconveniente Flash garantem momentos cômicos que dão certa leveza ao título. Mais ensolarado e aventuresco, o filme tem dinâmica similar da série animada da Liga da Justiça do início dos anos 2000: humor dosado, alguma ingenuidade e ação, como convém ao gênero.

Um lembrete: o filme tem duas cenas extras, uma exibida no meio dos créditos e outra após o encerramento completo. 

[Mudanças
É inevitável abordar o principal problema dos filmes anteriores da DC ao se falar sobre Liga da Justiça: a caracterização dos heróis. Ainda que diferentes autores possam distintas leituras sobre personagens, aspectos tradicionais de Superman (Henry Cavill) e Batman (Ben Affleck) foram deixados de lado nos dois mais recentes longas-metragens, ambos comandados por Zack Snyder (300), responsável também por Liga da Justiça.

Aparentemente em uma tentativa de dar um verniz mais sério às produções, o Superman visto na recente leva de filmes era essencialmente sisudo e sombrio, bem distante da representação típica do herói, um símbolo de esperança para os humanos. Ainda que esses tons cinzentos combinem com Batmana, o Homem Morcego também saiu descaracterizado, sem a faceta detetivesca e injustificavelmente violento.

Ainda que seja creditado no filme como único diretor, Zack Snyder se desligou da equipe antes da conclusão das filmagens. A decisão, acompanhada da esposa do cineasta, Deborah Snyder, produtora do longa, se deu por conta do suicídio da filha do casal, Autumn, em março deste ano. O restante da produção e algumas refilmagens foram conduzidas por Joss Whedon, responsável pela adaptação cinematográfica de outra equipe das HQs: Os Vingadores. Whedon, aliás, tem outro mérito pelo trabalho: divide o roteiro do filme com Chris Terrio (Argo).

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Comparativo entre figurino em Mulher-Maravilha e Liga da Justiça. Fotos: Warner Bros./Divulgação
Comparativo entre figurino em Mulher-Maravilha e Liga da Justiça. Fotos: Warner Bros./Divulgação
As habitantes da ilha Themyscira, lar da Mulher-Maravilha, voltam a aparecer em Liga, mas há uma mudança no visual. No filme da heroína, o figurino assinado por Lindy Hemming era composto por armaduras funcionais. Na nova produção, o encarregado Michael Wilkinson optou por roupas curtas que não fazem sentido no contexto de batalha e parecem servir apenas para sexualizar as personagens.

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