Música

Fã alega ter sido expulso de show do Coldplay por ser negro

Rapaz teria sofrido abordagem violenta de policiais militares e sido retirado à força de apresentação

Publicado em: 10/11/2017 14:24

Registro do momento em que Gabriel foi abordado pela PM. Foto: Facebook/Reprodução

 Um tumulto durante a apresentação da banda Coldplay no Allianz Parque, em São Paulo, na última terça-feira (7), terminou com fã do grupo detido. No Facebook, a advogada e amiga do jovem, identificado apenas como Gabriel, alega que a prisão teria sido realizada com base no racismo. Na denúncia, Helena Vasconcellos afirma que Gabriel teria sido agredido por atrapalhar a visibilidade de duas "garotas brancas", que incomodadas, acionaram a PM: "A polícia entendeu que o negro não pertence ao show do Coldplay, mesmo tendo comprado ingresso". 

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Segundo o relato, a confusão teve início quando duas mulheres reclamaram que o homem estava na frente delas, durante a apresentação. A polícia foi chamada ao local e teria realizado uma abordagem violenta contra o fã. "Gabriel apanhou, foi algemado, preso, e agora responde a Termo Circunstanciado na 1ª Delegacia de Atendimento ao Turista de São Paulo por desacato à autoridade. E vocês ainda acham que não existe racismo em 2017?", questionou, indignada, Helena Vasconcellos, em publicação realizada no Facebook, nesta quarta-feira (8). 

Helena conta que Gabriel, assim como outros fãs, se encontrava no vão das escadas entre as cadeiras superiores por conta da superlotação do espaço, quando as garotas chamaram a polícia por que as pessoas estavam na frente delas. "Porém, o tiro saiu pela culatra, pois a PM retirou todos das escadas. Quando a PM foi embora, todos voltaram, e pasme, só o negro foi preso. Começaram a puxar ele pelo braço pra sair, ele disse que não ia sair porque pagou o ingresso e Coldplay é a banda da vida dele. O policial insistiu e daí virou o show de horror que temos gravado, documentado e noticiado", relata. 

No texto, que já conta com mais de 9,6 mil compartilhamentos, ela alega que os policiais chamaram o rapaz de "neguinho de merda" e insinuaram que "plantariam" drogas nos pertences pessoais dele "se ele não baixasse a cabeça e pedisse desculpas". "A alegação foi desacato à autoridade, porque ele ficou chateado de ser o único a ter que sair do show, e não queria sair, com toda razão! Quem não ficaria puto? Mais empatia, por favor", ponderou. A advogada afirmou que realizaram um Boletim de Ocorrência contra o delegado responsável pelo caso, na Corregedoria da Polícia Civil, e contra os policiais que efetuaram a prisão, na Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo. Eles trabalham agora para conseguir a liberação das imagens das câmeras de segurança que podem ter registrado a abordagem policial.

Confira a publicação:



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