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Música Expoente do rock nacional, Boogarins aporta no Recife com as músicas de novo disco Grupo de Goiás realiza o show de lançamento de Lá Vem a Morte, no Cais

Por: Alef Pontes

Publicado em: 10/11/2017 19:00 Atualizado em:

Terceiro disco de estúdio do grupo foi gravado no intervalo de turnês nos EUA. Foto: JF/Divulgação
Terceiro disco de estúdio do grupo foi gravado no intervalo de turnês nos EUA. Foto: JF/Divulgação

Na esteira de uma sequência de turnês internacionais e apresentações em várias capitais brasileiras, a banda goianiense Boogarins - expoente do indie rock psicodélico nacional na atualidade - chega ao Recife nesta sexta-feira (10) para o lançamento de seu terceiro álbum de estúdio, Lá vem a morte. O grupo divide a noite com a banda paulista Terno Rei e a pernambucana Phalanx Formation, além do coletivo de DJs recifenses Pop Briseiro. O show será a partir das 22h, no Cais (Avenida Rio Branco, 66, Bairro do Recife).

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Formada por Benke Ferraz (guitarra), Dinho Almeida (voz/guitarra), Raphael Vaz (baixo) e Ynaiã Benthroldo (bateria), a Boogarins apresenta ao público o sucessor de Manual ou guia livre de dissolução (2015), que rendeu ao quarteto uma indicação ao Grammy Latino, na categoria de Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa, e do ao vivo Desvio onírico (2017). Lançado de "surpresa", em junho, Lá vem a morte traz um novo mergulho na experimentação, fruto das bem-sucedidas investidas no mercado norte-americano, onde, aliás a obra se cristalizou nos estúdios Manchaca Roadhouse, no Texas (EUA), com produção do guitarrista da banda, Benke Ferraz.

Em entrevista ao Viver, o baterista do grupo, Ynaiã Benthroldo conta sobre esta experiência de gravação: "Foi o primeiro disco que lançamos fora das gravadoras tradicionais (Lá vem a morte saiu pelo selo norte-americano OAR). Isso nos trouxe uma experiência de autoprodução e autogestão muito bacana, e o resultado só depende da nossa conexão com o nosso público. E até agora a resposta tem sido muito boa". Se o álbum passa perto de ser classificado como um EP, com suas oito músicas e pouco menos de 30 minutos de duração, no show essas barreiras estéticas são quebradas e dão margem à experimentação. "O disco é uma coisa e o show é outra. Ao vivo, a gente leva uma outra perspectiva da música para o palco, mais voltada para a interação", garante Ynaiã.

"Este é um processo iniciado desde que eu entrei na banda. Tivemos a oportunidade de ficar em uma casa, em 'off', e desenvolver um novo trabalho, depois de uma turnê longa pelos EUA, Canadá, México e Portugal. E foi muito interessantes porque tivemos contato com muitas pessoas, equipamentos novos e um outro olhar sobre esse mercado cultural", conta, sobre o período de residência artística no Texas, no ano passado, que resultou no álbum. "Foi uma experiência muito intensa, porque a gente passava a semana inteira gravando e nos sábados íamos nos apresentar", complementa. 

Confira o álbum:



SERVIÇO
Boogarins (GO), Terno Rei (SP), Phalanx Formation (PE) e Pop Briseiro (PE)
Quando: sexta-feira (10), às 22h
Onde: Cais (Avenida Rio Branco, 66, Bairro do Recife)
Quanto: R$ 30, à venda na Sympla e na bilheteria do local

Entrevista // Ynaiã Benthroldo, baterista

- Como as experiências de gravação nos EUA e das turnês internacionais modificaram a criação sonora do grupo?
Ano passado foi a primeira vez que eu viajei com a banda para fazer uma turnê nos EUA. A gente sempre tem uma ideia de fora, de trocar ideia com as pessoas, mas essa coisa de pegar um carro, botar os equipamentos dentro e sai para tocar traz uma outra dimensão. Lá tem uma cultura muito diferente do consumo de arte: faz parte do consumo da vida das pessoas. O cara vai para um show da mesma forma que ele pratica algum esporte. As pessoas têm uma relação diferente, você chega nos lugares e descobre que o segurança da casa de shows também escreve e faz beats, e que o cara do bar tem uma banda. Eles desenvolveram essa indústria de consumo de consumo de uma forma muita alta. É muito interessante você ir no cerne dessa indústria porque isso coloca a sua visão dente de um outro âmbito.

- De que forma esse mercado se distancia da realidade brasileira?
A visão do norte-americano em relação à arte é bem diferente. Dentro de cada país tem uma forma específica se fazer. E a gente aqui vem de uma outra cultura, nosso consumo de arte e nosso conhecimento passam por outros modelos, culturais e educacionais mesmo. Eu sempre tive a oportunidade de tocar, desde muito cedo, e sempre recebi apoio, seja dos meus familiares ou amigos. Mas a gente sabe que a realidade da maioria dos brasileiros é outra. As pessoas são têm acesso às ferramentas e mecanismos desta indústria.

- O disco foi lançado de surpresa, sem nenhuma divulgação prévia. Como isso impactou na repercussão com o público?
A resposta tem sido bem interessante, porque talvez seja o primeiro trabalho que lançamos sem anúncio, sem nada. A ideia veio muito no intuito de testar essa reação e ver até onde nosso trabalho poderia chegar sem esse aporte. Foi também o primeiro disco que lançamos fora das gravadoras tradicionais (Lá vem a morte saiu pelo selo norte-americano OAR). Isso nos trouxe uma experiência de autoprodução e autogestão muito bacana, na qual o resultado só depende da nossa conexão com o nosso público. E até agora a resposta tem sido muito boa.

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