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Cinema Documentário explora aspectos filosóficos e terapêuticos da ioga On yoga: Arquitetura da paz, é primeiro documentário do pernambucano Heitor Dhalia (O cheiro do ralo)

Por: Breno Pessoa

Publicado em: 30/11/2017 21:00 Atualizado em: 30/11/2017 20:18

Filme reúne depoimentos de gurus da prática milenar, médicos e estudiosos do tema. Foto: Urso Filmes/Divulgação
Filme reúne depoimentos de gurus da prática milenar, médicos e estudiosos do tema. Foto: Urso Filmes/Divulgação

A pós quase quatro décadas fotografando artistas e celebridades, o norte-americano Michael O'Neill precisou fazer uma cirurgia na coluna vertebral para correção de problemas decorrentes do trabalho. O procedimento cirúrgico acabou por paralisar o braço direito do fotógrafo que, segundo médicos, jamais recuperaria o movimento. O trágico acontecimento o levou a praticar ioga e também trazer nova perspectiva sobre o ofício. Essa história motivou o cineasta pernambucano Heitor Dhalia (O cheiro do ralo) a explorar a jornada do fotógrafo em On yoga: Arquitetura da paz, documentário em cartaz a partir de hoje no Cinépolis Guararapes.

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O filme é inspirado no livro de mesmo nome (On yoga: The architecture of peace, no original) assinado por O'Neill, no qual registra o trabalho de dez anos acompanhando grandes mestres da ioga. No período, o fotógrafo também aprofundou seus conhecimentos na prática milenar e recuperou completamente a mobilidade do braço. A produção é o primeiro documentário de Dhalia, que conheceu Michael O'Neill quando o autor ainda organizava a publicação.

No fim de 2015, os dois discutiram a proposta de transformar o livro em filme e, no início de 2016, viajaram juntos para a Índia, onde realizaram entrevistas com expoentes da prática e visitaram o Festival Internacional de Ioga, em Rishikesh, e o Mela Festival Kumbha, em Haridwar. O restante do documentário foi rodado em Nova York, que serve de cenário para depoimentos de praticantes, médicos e pensadores, a exemplo do indiano Deepak Chopra.

"Não é só um documentário, é um ensaio visual e filosófico", afirma, ressaltando que pretende mostrar uma ioga diferente do que a popularizada no Ocidente, calcada principalmente nos aspectos físicos. Hoje também adepto, o cineasta revela que tinha poucos conhecimentos sobre o tema antes de fazer o filme. "Tinha curiosidade e, a partir do momento que fui aceitar o documentário, comecei a praticar. Virei praticante e estudei não apenas a parte física, mas os conceitos filosóficos e éticos da ioga", explica, enfatizando o aspecto transcendental.

Dhalia considera o tópico especialmente relevante nos tempos atuais: "O mundo está muito intolerante, radical. É um período difícil, de discursos de ódio", reforça, sobre a importância de resgatar os valores exaltados pela ioga. "Escutar o outro, prestar atenção, servir ao outro, pensar no coletivo, no bem comum. São conceitos que muito interessantes de prática de convívio humano", explica, exemplificando alguns dos pilares teóricos.

A imersão no filme trouxe mudanças na vida do cineasta. "Mudou um pouco a minha perspectiva, claro. Me levou a refletir sobre o que quero, sobre o que me faz mais feliz e deixar de correr atrás de desejos inúteis", pontua.

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