Música
'Capiba é o alicerce da música pernambucana', declara Geraldo Maia sobre show em homenagem ao compositor
20 anos da morte de Capiba são lembrados no espetáculo gratuito Noites Sem Fim: 20 Anos Sem o mestre
Por: Alef Pontes
Publicado em: 07/11/2017 20:00 | Atualizado em: 31/03/2021 17:42
 | |
| Geraldo Maia resgata facetas menos conhecidas do compositor pernambucano (Foto: Aldo Rocha/Divulgação) |
Uma saudade de 20 anos que se ressignifica através da celebração ao legado artístico de um dos pilares da música brasileira contemporânea. Autor de mais de 200 canções, Lourenço da Fonseca Barbosa, o Capiba, é lembrado agora, para além dos seus frevos, no show gratuito Noites sem fim: 20 anos sem o mestre, de Geraldo Maia. A partir das 20h, o pernambucano sobre ao palco do Teatro Arraial para homenagear seu ídolo, acompanhado de Gonzaga Leal, Rogéria e Ester Marques.
Há exatos dez anos, o cantor e compositor homenageava o mestre em Samba de São João (2007), álbum inspirado em pesquisa de Renato Phaelante sobre a musicalidade pernambucana. "Nesse disco eu cantava Serenata suburbana e Começo de vida, que estarão presentes neste show de agora", recorda Geraldo Maia. "Capiba é um compositor absolutamente necessário, lírico, poético e moderno. Ele é, para mim, um monumento da música brasileira. Se a música pernambucana fosse um edifício, Capiba seria o alicerce, a base e a viga mestre deste prédio, que é imenso, cheio de nuances, cores e matizes, assim como a música pernambucana", conta.
Geraldo confessa ter uma relação mais íntima com um lado pouco conhecido do poeta, distante da imagem de carnavalesco fiel que perdura até hoje e mais próxima da boemia noturna das serestas. "Eu gosto muito do outro Capiba, que é o Capiba mais soturno, melancólico, mais triste e que traz uma coisa meio desesperançosa na música dele", explica. "É engraçado porque é um paradoxo. Ele tem essa coisa do carnaval, da alegria extrovertida e ensolarada, mas ele tinha uma alma triste, quando se fala do fator composicional, muito delicada, e isso me atrai", complementa o artista, que resgata esta segunda faceta no show com proposta intimista.
Em cena, Geraldo Maia é acompanhado por um trio de instrumentistas formado por Alberto Guimarães (violão de sete cordas), Beto do Bandolim e George Rocha (percussão). Além disso, três convidados compartilham os vocais em momentos específicos da apresentação: Rogéria, Gonzaga Leal e Ester Marques. "Gonzaga cantará Tu que me destes teu cuidado, um poema de Manoel Bandeira que foi musicado por Capiba. Ester Marques é pouco conhecida por esta geração, mas é um cantora veterana, que fez parte d'Os Três da América, e que tem uma história muito intensa com a noite recifense. Ela canta Carro de boi, e o show é, também, uma homenagem que presto a ela", afirma Maia. A caruaruense Rogéria repete a performance de Começo de vida, registrada no álbum tributo Capiba, elas e outras canções (2014).
Na apresentação, Geraldo Maia intercala as canções com textos do poeta Carlos Pena Filho, parceiro de Capiba em músicas como A mesma rosa amarela: "É um show bem lírico, poético e romântico. Eu levo alguns textos que eu acredito que dialogam com o universo de Capiba, do Recife, dos mangues, da cidade e dos amores". "Capiba dizia que ele era o melhor poeta para se musicar, porque em todas as coisas que ele fez com Pena Filho, ele nunca mudou uma palavra sequer", comenta o artista, que pensa em transformar o projeto em disco, futuramente. Segundo o cantor, o show se divide em três blocos, conta com momentos solos, duetos e finaliza, "como não poderia deixar de ser", com um medley de frevos.
SERVIÇO
Noites sem fim: 20 Anos sem o Mestre - Geraldo Maia canta a saudade de Capiba
Quando: quinta-feira (9), às 20h
Onde: Teatro Arraial Ariano Suasssuna (Rua da Aurora, 457, Boa Vista)
Quanto: gratuito, com distribuição de ingressos a partir das 18h
Informações: (81) 3184-3057
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL
MAIS LIDAS
ÚLTIMAS
