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Abertura da novela mostra cenários famosos sendo destruídos pelo "apocalipse", incluindo o Congresso Nacional. Foto: Record/Reprodução |
A Record segue apostando em temáticas religiosas em sua nova novela, intitulada
Apocalipse - título do último livro da Bíblia. A produção estreou nesta terça-feira (21), às 20h30 (no horário de Brasília). Ambientada na idade contemporânea, diferentemente de folhetins recentes como
Os dez mandamentos ou
O rico e o Lázaro, a atração contou com efeitos especiais cinematográficos, catástrofes, mistérios, crimes bizarros e perseguições policiais. A fase inicial da produção foi ambientada em Israel, Estados Unidos e Brasil. Durante a exibição, a novela tornou-se o assunto mais comentado pelos usuários do Twitter no país.
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O primeiro capítulo foi referente à primeira fase da atração, chamada de Do paraíso ao inferno, que se passa no fim da década de 1980 - a segunda será Sinais dos tempos (1996/2001) e, a terceira, Enigmas e o fim do mundo (ambientada nos dias atuais). No episódio de estreia, a família Gudman aproveita as férias em um luxuoso resort da Ásia. A produção soube usar as paisagens paradisíacas do local, com filmagens até mesmo dentro do mar.
A diversão familiar torna-se uma grande tragédia depois que um tsunami provoca a morte dos pais dos irmãos judeus Alan (Maurício Pitanga) e Uri Gudman (Fhelipe Gomes). Para reproduzir a catástrofe - com cenas nitidamente inspiradas no do filme norte-americano O impossível (2012) -, a novela contou com bons efeitos especiais, considerando que se trata de uma novela nacional. Os falecidos são sepultados em Jerusalém, local em que se desenvolverá boa parte do capítulo. Lá, Alan e Uri são confortados pelos tios Oziel e Marta e o primo Saulo, além de conhecerem a família judaica Koheg: Gideon, Tamar e as filhas Hanna e Débora (Manuela do Monte). Esta última ganha maior notoriedade no roteiro ao ir estudar em Nova York.
Na metrópole estadunidense, entra em cena um dos elementos que evocam mistério na trama; uma fumaça preta (vista apenas pelo telespectador) que persegue personagens e chega a provocar o encontro de Débora e Adriano Montana (Felipe Cunha), um charmoso estudante de economia. No Twitter, muitos usuários compararam a fumaça com efeitos utilizados na série Lost e nos filmes da saga Harry Potter.
A cidade escolhida para representar o Brasil foi o Rio de Janeiro. O núcleo brasileiro é responsável pela maior parte do suspense e da ação. Nos cenários cariocas, a novela ganha um tom do seriado de sucesso CSI ao acompanha os policiais Guido Fontes (Cleiton Morais) e Luis Sardes (Marcelo Argenta), que investigam a identidade de um serial killer. Para dar um tom "demoníaco", uma das cenas do assassino procurado é um ritual satânico, com velas acesas e bonecas espalhadas no recinto. Os corpos encontrados possuem marcas bastante específicas. O auge do aspecto policialesco foi uma cena de perseguição, em que os policias empunham armas e dirigem carros para tentar prender o malfeitor diabólico (um sujeito encapuzado).
As trocas de ambientações internacionais são um dos pontos que trazem um ar de superprodução que a Record tanto almeja para a novela. A fotografia também tenta dar um trunfo para a atração, sendo mais próximas da utilizada por filmes (assim como a Globo vem fazendo em seus folhetins há alguns anos). Uma das falhas técnicas é o figurino; a novela se passa nos anos 1980, mas não é possível encontrar roupas e penteados adequados para a época. A novela também deixa a desejar nas atuações, que são previsíveis. Os diálogos também não impressionam. Apesar desses pontos, o roteiro soube como engatar a história e estimular o telespectador a continuar assistindo a trama.
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