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Literatura 50 canções brasileiras são desvendadas em livro lançado no Recife Contos da Era das Canções e Outros Escritos, de Aluízio Falcão, revela bastidores da criação de clássicos como Geni e o Zepelim, Anunciação e Ouro de Tolo

Por: Alef Pontes

Publicado em: 22/11/2017 16:25 Atualizado em: 22/11/2017 18:33

Sucessos de diversos gêneros são abordados em 'biografias musicais'. Fotos: Facebook/Reprodução
Sucessos de diversos gêneros são abordados em 'biografias musicais'. Fotos: Facebook/Reprodução

Poucos minutos foram necessários para o pernambucano Alceu Valença escrever os versos de Morena tropicana após ouvir a melodia do compositor Vicente Barros, durante encontro nos anos 1980. Quando a valsa de Sivuca e Chico Buarque João e Maria ganhou letra pela primeira vez, em 1947, pelas mãos de Ruy Morais e Silva, o cantor carioca tinha apenas 3 anos de idade. Estas e outras histórias dos bastidores da criação musical brasileira são desveladas no livro Contos da era das canções e outros escritos (419 páginas, R$ 50), do pernambucano Aluízio Falcão que ganhará lançamento nesta quarta-feira (22), às 19h, no Bar Real (Avenida 17 de Agosto, 1761, Casa Forte), pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe).

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Mesclando textos inéditos com relatos publicados ao longo de sua carreira, o jornalista, escritor e compositor resgata dos encontros profissionais e pessoais com compositores, músicos e produtores, ao longo de mais de cinco décadas, uma biografia em 50 contos das canções que marcam a música popular brasileira. "Eu identifiquei que existia um acervo de histórias para contar sobre canções de todos os gêneros, sem nenhuma discriminação e decidi escrever essas 'biografias'", explica o autor, que reuniu relatos dos surgimentos de músicas icônicas como Águas de março, de Tom Jobim, Geni e o zepelim, de Chico Buarque, Alegria, alegria, de Caetano Veloso, Anunciação, de Alceu Valença, e Ouro de tolo, de Raul Seixas.

Os textos, conta o autor, são frutos de uma intensa relação com a música popular brasileira, sobre a qual começou a cultivar interesse ainda na infância, além do impacto provocado pelo rádio na "era das canções", como titula no livro. Conhecimento que foi ampliado por sua atuação, na década de 1960, do Movimento de Cultura Popular (MCP), ao lado de nomes como Abelardo da Hora e Paulo Freire, além do exercício de direção artística nas gravadoras Discos Marcos Pereira e Eldorado, nas décadas seguintes, produzindo as primeiras gravações de artistas e grupos como Cartola, Banda de Pífanos de Caruaru, Elomar e Canhoto da Paraíba. No livro, Aluízio Falcão reúne sem eruditismo, como em uma conversa de mesa de bar, registros antes diluídos que, juntos, traçam a história da produção musical brasileira.

OBRA
Outro lançamento da Cepe que ganha as livrarias a partir desta quarta e divide sessão de autógrafos com Contos da era das canções é o volume de crônicas Gordos, magros e guenzos (228 páginas, R$ 40), de José Almínio de Alencar. Filho do governador Miguel Arraes, doutor em sociologia pela Universidade de Chicago e pesquisador titular da Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, o autor discorre sobre temas diversos, como o autoritarismo e a humildade. Nos textos, transitam personagens como o ex-presidente do Uruguai, José Mujica.

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