Música The Raulis lança o primeiro álbum da carreira, combinando sonoridades e referências Pernambucana radicada em São Paulo, a banda investe na malemolência latina com pegada roqueira

Por: Alef Pontes

Publicado em: 02/10/2017 14:02 Atualizado em:

Grupo mescla a agressividade das guitarras com sonoridades latinas. Foto: The Raulis/Divulgação
Grupo mescla a agressividade das guitarras com sonoridades latinas. Foto: The Raulis/Divulgação

Após debutar em 2015 com as cinco faixas do EP de estreia e divulgar o single Gabriella, rainha da selva na semana passada, a banda pernambucana The Raulis lança nesta segunda-feira (2), nas plataformas de streaming, o primeiro álbum completo, homônimo ao grupo. Mais uma vez investindo na sonoridade urgente da surf music como ponto principal de seu trabalho, o grupo aposta em guitarras agressivas cobertas por texturas de ritmos tradicionais da América Latina.

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Cumbia, tango, chica (fusão de gêneros da música tradicional andina) e até uma levada de brega se encontram com a formação mais crua do rock nas dez faixas. O resultado é uma sutil atmosfera convidativa à dança. Com exceção de Amor andino e Goul tango, já presentes no repertório de shows, o CD tem canções inéditas que falam de uma evolução no conceito da banda.

"O restante das músicas surgiu a partir de um período em que a gente ficou internado em Olinda, na casa do baterista fazendo muitas 'jams' e surgiu tudo muito naturalmente", conta o "guitarrista mascarado" Arthur Soares - conhecido por utilizar uma máscara de lutador mexicano nas apresentações - sobre o processo criativo. Além de Arthur, que também ataca nos sintetizadores e samples, a banda é composta por Rafael Gadelha (baixo), Antônio Marques (bateria), Gabriel Izidoro (guitarra e teclados) e Rafael Cunha (teclados, percussão e samples).

As gravações do disco contaram com as participações de nomes como Chiquinho Moreira e Felipe S. (Mombojó), Gustavo Cék e Romulo Nardes (Bixiga 70), Yuri Queiroga e Thiago Menezes (Cosmo Grão). A olindense Academia da Berlinda e a mexicana Sonido Gallo Negro, que investe na sonoridade psicodélica da cumbia peruana dos anos 1970, são citadas como referências para o registro.

"Por mais que a gente mergulhe na música latina, que faz parte de nossas referências, a gente sempre vai tocar nessa pegada rock, que é onde nos descobrimos. Mesmo sendo uma música mais 'malemolente', nunca tem uma guitarra muito clean", explica Arthur, sobre o papel antagônico exercido por seu instrumento, responsável pelas timbragens mais agressivas da mistura.

Outro artifício utilizado para conceituar o álbum, segundo o músico - que também assina a produção do registro - é a forte presença de samplers. "É uma ferramenta que vem para dar densidade, explorando texturas que não são nem vocais nem instrumentais, muito atreladas com os nomes e histórias das músicas", explica Soares. "Os samplers vieram para fechar o conceito, e o nosso caminho agora é este", atesta.

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