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Literatura Robert Serbinenko lança livro com imagens de dançarinos de tango Durante nove anos de viagens a Buenos Aires, o autor mergulhou no fascínio da cultura portenha

Por: Márcia Maria Cruz

Publicado em: 01/10/2017 08:27 Atualizado em:

Gestos e passos de dançarinos chamam a atenção de Serbinenko. Foto: Robert Serbinenko/Divulgação
Gestos e passos de dançarinos chamam a atenção de Serbinenko. Foto: Robert Serbinenko/Divulgação

Numa viagem com a mulher para Buenos Aires, o mineiro Robert Serbinenko se encantou pelo jogo de sedução entre os dançarinos de tango - os olhares, o entrelaçar das pernas, os gestos das mãos. Começou a fotografá-los e não parou mais. Em nove anos de visitas à cidade portenha, Robert fez 17 mil fotos. Embrenhou no universo do tango, mas foi além das apresentações preparadas para turistas. ''De 2009 a 2017, fiquei na ponte aérea. Mergulhei de cabeça'', conta. O resultado dessa imersão está no livro Tango e milongas, de Gardel a Troilo (Editora Pomar de Ideias), que será lançado sábado, 30, na Quixote Livraria e Café.

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Inicialmente, Robert registrava a cultura em torno da dança. Com especial atenção, observava o gestual dos dançarinos. Encantou-se com Aníbal Troilo (1914-1975) e participou, em 2014, da organização do centenário desse músico, um dos bandoneonistas mais importantes da Argentina. Em 2014, o mineiro produziu o vídeo que integra o projeto 100 bandoneones, 100 ciudades, sobre Troilo. ''O neto dele, que se tornou amigo, me disse que está nas fotos o momento exato para sonhar e poder voar.''

Serbinenko define o tango como o momento em que duas expectativas e duas emoções se encontram. ''Pode repetir a música, as pessoas e a música, mas cada encontro é único'', afirma. Há diversas maneiras de dançar tango na região do Rio da Prata, onde ficam Buenos Aires e Montevidéu, a capital do Uruguai. Em 1970, o gênero, praticamente esquecido, foi resgatado por apresentações nos teatros. ''Aquele vendido como atração turística é pura plasticidade, muito distante do tango original'', observa. Na dança cotidiana, explica, a sensualidade é mais contida do que a exibida nos espetáculos: ''Beira a explosão, mas para por aí.''

Embora reconheça a importância da versão teatral para o renascimento do estilo na Argentina, Robert confessa o encantamento pela dança de salão. ''Gosto mais do tango dançado calmamente. É como aquele mostrado em Perfume de mulher'', diz, referindo-se à cena clássica do filme lançado em 1993, em que o cego Frank Slade (Al Pacino) conduz a jovem Donna (Gabriele Anwar) pelo salão.

Não foi fácil escolher as imagens do livro. Das 17 mil, Serbinenko selecionou 100. ''Olhava para as fotos rapidamente. Depois de uma semana, voltava a olhá-las. Se tivesse qualquer coisa que não estivesse perfeita, descartava'', conta. Ele repassou as imagens à Editora Pomar de Ideias, que ficou encarregada da edição final, com 72 fotos.

TANGO & MILONGAS – DE GARDEL A TROILO
De Robert Serbinenko
Editora Pomar de Ideias
72 páginas
R$ 49,90

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