Censura Museu do Louvre recusa obra artística por apresentar 'conotação sexual' Intitulada Domestikator, escultura de 12 metros representa a dominação do homem sobre a natureza por meio das formas de um homem e um cachorro

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 11/10/2017 12:00 Atualizado em: 11/10/2017 12:02

"A arte deveria ser um local em que há poucos limites", disse criador da obra. Foto: Heike Kandalowski/Divulgação
"A arte deveria ser um local em que há poucos limites", disse criador da obra. Foto: Heike Kandalowski/Divulgação

Uma instalação de arte foi vetada de uma exposição em Paris, na França, por ter "conotação sexual". A obra Domestikator, do artista Joep van Lieshout, é uma escultura de 12 metros de altura que representa a dominação humana sobre a natureza por meio das formas de um homem e um cachorro e deveria ser montada no Jardim das Tulheiras no dia 16 de outubro para integrar a edição 2017 da Feira Internacional de Arte Contemporânea (Fiac) da cidade francesa, mas ficou de fora por decisão do Museu do Louvre dias antes. 

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De acordo com o jornal francês Le monde, um comunicado usado para justificar a recusa emitido pela diretoria do museu admitiria o receio em expor a obra. "Infelizmente, dentre as obras selecionadas, devemos recusar a proposta do Atelier Van Lieshout, Domestikator. Apesar de expor de forma lúdica e artística a dominação do homem sobre o planeta terra, é impossível ignorar a conotação sexual da instalação", diz o texto, acrescentando que o espaço é visitado por muitas famílias e que, na internet, "circulam informações que atribuem essa obra a uma visão brutal que pode ser mal interpretada pelo tradicional público". 

Ao site Dezeen, Joep van Lieshout afirmou acreditar que o veto se tratava de censura. "Com um ponto de vista restrito, eles pensaram que era explícito ou sexual e cancelaram. Eu acho que foi um acontecimento triste porque arte deveria ser um local em que há poucos limites. Essa obra não é sobre sexo, é sobre a ética nas inovações tecnológicas. Não é explícita nem escandalosa, mas nos convida a pensar sobre um assunto muito importante: o que fazemos com o nosso avanço tecnológico? Com todos os dados, a inteligência artificial, com os robôs", disse ele. 

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