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Show Gil, Gal e Nando Reis revisitam clássicos e revelam inéditas no Recife. Leia entrevista Artistas se unem com repertório memorável apresentado em show em Pernambuco nesta quarta-feira

Por: Luiza Maia - Diario de Pernambuco

Publicado em: 11/10/2017 15:13 Atualizado em: 11/10/2017 16:41

Encontro foi criado para homenagem a Ulysses Guimarães. Foto: Daryan Dornelles/Divulgação
Encontro foi criado para homenagem a Ulysses Guimarães. Foto: Daryan Dornelles/Divulgação


Um tributo transformado em turnê e já pensado como DVD. Um menino impetuoso e viril, um rapaz maduro calejado pela idade e uma moça são a definição de Gilberto Gil, de 75 anos, para ele e os amigos Nando Reis, de 54, e Gal Costa, de 71, parceiros na turnê Trinca de ases, com a qual se apresentam no Recife nesta quarta-feira. As classificações estão em Trinca de ases, do baiano, uma das quatro músicas inéditas surgidas a partir da junção e inseridas no repertório. As outras são Tocar-te, com letra de Gil e melodia de Nando, Dupla de ás, do ruivo, e Mãe de todas as vozes, homenagem do mais novo a uma das mais potentes vozes da música popular brasileira, a qual o faz se lembrar das cantorias e do violão tocado pela própria mãe. "É uma linda canção e eu me comovi muito com ela. Ele mostrou a música na minha casa e eu chorei. Estou muito feliz", confessa ela.

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Fã dos baianos, Nando comemora o convite e vê-la interpretar versos dele. "É uma honra, né. Gal tem uma voz divinal e, mesmo que ela não seja compositora, a força de sua interpretação é essencialmente autoral", celebra. A relação musical e afetiva de Gil e Gal é longeva, moldada desde a década de 1960. Eles já realizaram o show Nós (1964), por exemplo, o disco Tropicália ou Panis et circensis (1968), a turnê Doces bárbaros (1976) e o show em Londres lançado como o CD Live in London’71 em 2014. "Com Gil, tenho uma antiga afinidade, que posso considerar espiritual também", defende Gal. Com Nando, ela revela desejo de outros shows ou inserção de faixas em projetos futuros. "Com o Nando é o começo de muitas parcerias, ele é um compositor muito talentoso", elogia.

Os três subiram juntos ao palco pela primeira vez em outubro do ano passado, a partir de sugestão do saudoso jornalista Jorge Basto Moreno (1954-2017), para uma plateia somente de convidados. O encontro, antes intimista e baseado em performances solo, celebrava o centenário de nascimento do político Ulysses Guimarães, em Brasília, mas acabou sendo repaginado para circular pelo Brasil.

O set list foi arquitetado em vários encontros e ensaios. Relê clássicos da carreira deles, como Meu amigo, meu herói (conhecida na voz de Zizi Possi, mas agora revisitada por Gal), Retiros espirituais, All star, Dois rios, Nos barracos da cidade, Barato total e de outros artistas, como o norte-americano Stevie Wonder (Lately, na versão de Ronaldo Bastos). Os arranjos foram redesenhados para se adequar ao timbre de voz do grupo, sempre junto no espetáculo, sob direção musical e assessoria artística de Marcus Preto.

O encontro é completado por dois instrumentistas, o baixista pernambucano Magno Brito, da banda Sinara, e o percussionista baiano Kainan do Jejê, e deve render um DVD, ainda em processo de produção, em paralelo aos trabalhos individuais de cada um deles e sem detalhes anunciados. Hoje, às 21h, os três artistas farão um ensaio aberto para a imprensa, com trechos que podem ser acompanhados pelas redes sociais do Viver.

Entrevista // Nando Reis

O repertório vai de clássico de Stevie Wonder a inéditas, passando por hit dos Titãs e resgate de músicas das carreiras dos três. Como foi a escolha?
O roteiro foi escolhido pelo Marcus Preto. Eu e Gil fizemos algumas músicas inéditas, Gil escolheu os músicos, e montamos o repertório. O set list tem sido o mesmo em todas as praças.

Gilberto Gil e Gal Costa são de uma geração anterior à sua. Qual a importância deles para a música brasileira e sua carreira? Quais as lembranças ou álbuns mais marcantes para você?
Eles são essenciais para minha formação. São inspiração para mim. Só a oportunidade de ter sido convidado e de fazer parte desse projeto foi de fato um sonho. Estou feliz demais em estar no palco ao lado de dois artistas tão importantes para a música brasileira.

Como é dividir o palco com dois ídolos?
São responsáveis pela minha formação como músico e como ser humano. Tem sido incrível, uma grande experiência de convívio, troca, conhecimento e aprendizado. Ver a forma como cada um dos dois trabalha, o pensamento, a construção. Ver como eles vão descobrindo minha forma e minha música. É gratificante demais.

O primeiro show era basicamente composto por performances individuais, enquanto a turnê conta com apresentações em conjunto. Como se deu a mudança?
Quem me apresentou a ideia foi Marcus Preto, que fez o roteiro do show. Ele trabalha com a Gal, fez a direção musical do disco e do Estratosférica, entre outras coisas.

SERVIÇO
Trinca de ases, com Gilberto Gil, Gal Costa e Nando Reis
Quando: 11 de outubro, às 21h
Onde: Itaipava Catorze (Armazens do Porto, s/n, Bairro do Recife)
Quanto: R$ 200 (open bar), à venda na Bilheteria Digital e lojas Chilli Beans
Informações: 3129-8468

Repertório
Confira o set list completo do show

Trinca de ases (Gilberto Gil)
Dupla de ás (Nando Reis)
Refavela (Gilberto Gil)
Baby (Caetano Veloso)
All star (Nando Reis)
Espatódea (Nando Reis)
O seu lado de cá (Nando Reis)
Esotérico (Gilberto Gil)
Cores vivas (Gilberto Gil)
Água viva (Nando Reis)
Retiros espirituais (Gilberto Gil)
Copo vazio (Gilberto Gil)
Meu amigo, meu herói (Gilberto Gil)
O segundo sol (Nando Reis)
A gente precisa ver o luar (Gilberto Gil)
Ela (Gilberto Gil)
Tocar-te (Gilberto Gil e Nando Reis)
Dois rios (Lô Borges, Nando Reis e Samuel Rosa)
Lately/Nada mais (Versão de Ronaldo Bastos para música de Stevie Wonder)
Por onde andei (Nando Reis)
Nos barracos da cidade (Gilberto Gil e Liminha)
Barato total (Gilberto Gil)

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