Diario de Pernambuco
Busca
Novidade Diretor de animação cria HQ digital e animada que se mexe de acordo com os movimentos do leitor André Bergs utiliza recursos interativos da animação a técnicas tradicionais e renova a narrativa das HQs

Por: Alexandre de Paula

Publicado em: 22/10/2017 11:02 Atualizado em:

Desde quando teve o primeiro iPad, Berg começou a imaginar intervenções que faria nas histórias em quadrinhos. Foto: André Bergs/Divulgação
Desde quando teve o primeiro iPad, Berg começou a imaginar intervenções que faria nas histórias em quadrinhos. Foto: André Bergs/Divulgação


Diretor de animação tailandês, André Bergs se aventurou no mundo dos quadrinhos. Com a bagagem do cinema, ele desenvolveu o que pode ser uma experiência transformadora no universo das HQs: um quadrinho digital, completamente animado, que se mexe de acordo com os movimentos do usuário no equipamento.

Quer receber notícias sobre cultura via WhatsApp? Mande uma mensagem com seu nome para (81) 99113-8273 e se cadastre


Disponível para download gratuito como um app (para iOs e Android), o quadrinho, chamado Protanopia, oferece uma experiência de imersão. Inclinando o dispositivo, é possível ver outros ângulos da cena, como se a história pudesse (e pode) ser lida de diferentes pontos de vista.

O quadrinho mistura técnicas tradicionais a elementos da animação em 2D e 3D e tem o mecanismo parecido ao de um jogo. A possibilidade de interação permitida por tablets e smartphones foi outro recurso fundamental para a criação de Protanopia.

Bergs escolheu a Segunda Guerra Mundial para ambientar a experiência. A história se passa no Dia D (6 de junho de 1944), quando os aliados chegam à Normandia. No quadrinho, um dos soldados propõe aos colegas se vestir de palhaço, em uma tentativa de se disfarçar e parecer imperceptíveis aos inimigos.

"A ideia da história veio durante uma conversa de almoço com um amigo meu em Bankgok. A visão de que todos os soldados estivessem disfarçados vestidos de palhaço me fez ter risadas por horas", disse Bergs ao site Motionographer.

Bergs conta que, desde que teve o primeiro iPad (seis anos atrás), ele começou a pensar no que seria possível fazer com as possibilidades dos quadrinhos digitais. "Eu queria ver o meio sendo usado melhor como uma ferramenta narrativa", explicou.

Foram anos de estudo para chegar a um formato possível e eficaz. "Então, ao longo dos anos, experimentei quando tive tempo, aprendendo principalmente o que não funciona. E eventualmente cheguei à forma que a Protanopia tem agora."

Bergs explicou também que deixou o som de fora do projeto para deixar Protanopia mais parecido de fato com uma HQ. "Eu percebi em um ponto que não deveria usar o som neste projeto. Poderia usar a música ambiental com certeza, mas a trilha de filme dita ou suporta os arcos de ritmo, tempo e tensão com muita força, e para um quadrinho ser um quadrinho (e não um filme) você deve deixar o leitor decidir o seu próprio ritmo", comentou.

O trabalho, segundo Bergs, foi tão grande quanto o de um pequeno filme. "A quantidade de trabalho que entrou na criação deste quadrinho é praticamente a mesma que se eu tivesse feito um curta de animação dele. Mas, eu aprendi muito com isso e sinto que o próximo deve ser muito mais fácil de construir", acredita.

Bergs pretende agora desenvolver outro quadrinho aos moldes de Protanopia. "Eu estou dando esse quadrinho de graça para que as pessoas se excitem pelo meio e vejam quão longe o alcance pode ser. E então eu adoraria começar outro. Uma história serializada mais longa já está nos meus planos há algum tempo."

Acompanhe o Viver no Facebook:



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL