Cinema Depois Daquela Montanha é filme de sobrevivência com doses de romance Idris Elba e Kate Winslet protagonizam longa-metragem que acompanha dois sobreviventes de desastre aéreo

Por: Breno Pessoa

Publicado em: 30/10/2017 21:00 Atualizado em: 30/10/2017 13:49

Relação amorosa dos protagonistas é desenvolvida sem pressa. Foto: Fox Film/Divulgação
Relação amorosa dos protagonistas é desenvolvida sem pressa. Foto: Fox Film/Divulgação

Tão certeiro quanto o risco de risco de morte após um acidente aéreo em local inóspito é a inevitabilidade de um envolvimento amoroso entre os dois sobreviventes. Ao menos é isso que propõe a narrativa de Depois daquela montanha, drama protagonizado por Idris Elba (Luther) e Kate Winslet (O leitor), em cartaz a partir de quinta-feira. O longa-metragem é dirigido pelo israelense Hany Abu-Assad, cujo título mais conhecido, Omar, foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, em 2014.

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Após terem o voo cancelado, a fotojornalista Alex (Winslet) e o médico Ben (Elba) se conhecem no aeroporto e decidem alugar um jatinho para não perderem seus compromissos. Ele tem uma cirurgia agenda agendada e ela tem o próprio casamento marcado. Tudo transcorre bem no início da viagem, até que um acidente derruba o avião em território gélido, no alto de uma montanha nevada. Dois únicos sobreviventes, além do cachorro do piloto, os recém-conhecidos enfrentam as intempéries ao mesmo tempo em que travam certo esforço de aproximação.

Bastante tímido e reservado, Ben não oferece muita abertura para Alex, expansiva e falante. Mais gravemente ferida em decorrência do acidente, a jornalista tem dificuldades de locomoção e depende da ajuda do médico, situação que gera desconforto entre ambas as partes. Há química entre os atores e ambos sustentam bem a trama, calcada, sobretudo, nos diálogos e interações entre os dois. Merece destaque a performance de Idris Elba. Mais visto no cinema em papéis de ação, o britânico se mostra bastante expressivo no olhar, com carga dramática mesmo nos momentos de silêncio.

Sem forçar a mão no romance, o roteiro, baseado no romance homônimo (Arqueiro, 304 páginas, R$ 39,90) de Charles Martin, desenvolve a aproximação dos protagonistas de forma crível e gradual. Esse envolvimento não é isento de alguns lugares-comuns, mas transcorre muito satisfatoriamente, sem grandes obviedades. Incomodam mais os clichês da mulher em situação de perigo e a conveniente formação médica do protagonista, que oferece saídas fáceis para alguns dos problemas enfrentados pela dupla. E o cachorro, além de emprestar uma dose de fofura ao filme, acaba utilizado como solução em algumas passagens, mas nada que incomode excessivamente.

Um grande acerto é o grau dos desafios a serem contornados pelos sobreviventes. O senso de realismo evita que a ação descambe para o exagero e traz verossimilhança à história. Equilibrado, Depois daquela montanha dosa bem a trama de sobrevivência e o romance e oferece um agradável entretenimento ao longo de suas quase duas horas de duração.

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