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Em novo disco solo após 11 anos, Fergie segue passos das divas do pop, mas não empolga

Apesar de conter faixas interessantes, o álbum visual Double Dutchess não supera seu marcante antecessor

Publicado em: 22/09/2017 19:49 | Atualizado em: 18/05/2020 18:13

Fergie volta apostando em um álbum visual. (Foto: BMG/Divulgação)
Fergie volta apostando em um álbum visual. (Foto: BMG/Divulgação)

Depois de se apresentar com Pabllo Vittar durante a primeira semana do Rock in Rio 2017, a cantora norte-americana Fergie lançou, nesta sexta-feira (22), seu novo álbum de inéditas, Double dutchess (Duquesa dupla, em tradução livre). Além das já conhecidas L.A.LOVE (la la), M.I.L.F $, Life goes on, Hungry e You already know, a ex-integrante do Black Eyed Peas traz outras oito canções inéditas e aposta em um repertório que mescla pop e hip hop, além de investir na experiência visual - quem comprar o disco físico ou digital receberá um filme de quase uma hora com videoclipes.

A faixa de abertura, Hungry, apresenta um hip hop pretensioso, com colaboração do rapper Rick Ross. O instrumental da canção é marcado por combinar um mantra místico com batidas futuristas. Na letra, Fergie diz que está de volta para jogo: “Tenho fome / Ambiciosa / Ainda estou faminta”. Em seguida, ela mostra o que aprendeu nos 15 anos que passou com will.i.am em Like it ain’t nuttin’, que mostra seu “lado Black Eyed Peas”, resgatando um instrumental divertido e similar aos hip hops dos anos 1990. Com Nick Minaj, ela canta a radiofônica You already know.

O lado mais pop da cantora aparece na segunda parte do álbum, com destaque para a suave Enchanté (Carine), com a colaboração inusitada de seu filho, Axl Jack, de 4 anos. A canção oscila entre o eurodance e o eletrônico alternativo, semelhante a artistas como Crystal Castles pelos vocais distorcidos. Seu clipe é protagonizado pela modelo Kendall Jenner - uma socialites do reality show Keeping up with the Kardashians. Outra faixa pop interessante é Tension, que pode agradar fãs de divas como Britney Spears. Apesar de animadas, M.I.L.F $ e L.A.LOVE (la la), soam repetitivas e fracas para o retorno da “duquesa”. Entre as mais lentas, Just like you e Love is pain merecem atenção. Esta última possui um solo de guitarra no final.

Como sugere o título, Double dutchess é uma espécie de continuação do The dutchess (A duquesa), primeiro álbum solo da artista, lançado há 11 anos e responsável por hits como Fergalicious e Big girls don’t cry, até hoje lembrados pelo público. O novo trabalho, assim como o anterior, tem reggae (Love is blind), musicas românticas e ritmos black. Por causa da semelhança, torna-se difícil não estabelecer comparativos entre os dois discos.

Apesar de conter momentos interessantes e atualizar Fergie no atual contexto da indústria fonográfica, Double dutchess se esforça, mas não alcança seu marcante antecessor. Após tanto tempo de espera, o ambicioso projeto absorveu expectativas que não conseguiu superar. Além disso, certa desorganização em sua promoção acabou distanciando Fergie dos olhos do grande público. É louvável, porém, sua iniciativa audiovisual.

Longo tempo de espera
O lançamento, que está sendo adiado desde 2014, surge como um presente para os fãs e uma realização pessoal para a artista. “Com o Black Eyed Peas eu fiz quatro álbuns, mas lá eu não podia depositar minhas emoções. Meu álbum solo serve pra isso”, revelou em entrevista para a rádio estadunidense 104,3 MYfm. Após desentendimentos com a Interscorpe Records pelo baixo desempenho comercial do primeiro single do disco, L.A.LOVE (la la), Fergie assinou com a BGM e criou um selo próprio, o Dutchess Music.

Assista alguns dos videoclipes de Double dutchess:








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