Preconceito
Chef pernambucana do GNT é atacada por ser nordestina, negra, gorda e mãe de santo
Carmem Virginia acionará a justiça para investigar insultos
Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco
Publicado em: 25/09/2017 12:30 Atualizado em: 25/09/2017 14:03
Carmem Virgínia é jurada do programa Cozinheiros em Ação, do GNT. Foto: Facebook/Reprodução |
A cozinheira pernambucana Carmem Virginia Santos, que atua como jurada no programa Cozinheiros em ação, do canal de TV por assinatura GNT, tem recebido insultos racistas, gordofóbicos e de intolerância religiosa nas redes sociais. De acordo com a chef, o perfil @jeizajeova no Instagram, que já saiu do ar, começou a enviar diversas mensagens privadas e públicas na última quinta-feira (21), quando foi exibido o sétimo episódio da quinta temporada da competição gastronômica no qual os participantes deveriam criar saladas especiais.
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Carmem acredita que as críticas dirigidas aos participantes foram o mote dos xingamentos. "Muitos dos cozinheiros não foram bem. De minha forma, falei isso. Não é que não goste de salada, mas tem que ter um molho e dizer alguma coisa. Eu era obrigada a comer uma salada que mais parecia um ceviche de tão azeda. Algumas eram limão puro, passei cinco dias com o céu da boca comprometido por conta da acidez", disse. "As pessoas querem um romantismo que a TV não tem e, com a minha espontaneidade, disse que não estava bom", completou.
Para além das redes sociais, a dona do perfil que praticou o assédio na internet também ligou para o restaurante de Carmem, Altar - Cozinha Ancestral, para critica-la. "Você tem o direito de não gostar de mim, de me chamar de grossa, o que for. Mas, a partir do momento que saiu do âmbito profissional, tenho o direito de me sentir prejudicada por preconceito e intolerância religiosa", pontua a cozinheira, chamada de "macumbeira" por usar turbantes, categorizados como "panos sujos" pela internauta.
O caso será levado à polícia e pode ser enquadrado como ameaça, calúnia, injúria ou difamação, delitos que já figuram na constituição penal que podem ganhar especificações quando praticados pela internet. "Preciso dar um retorno para as pessoas que se espelham em mim. Há dois anos, quando eu tinha um restaurante no 'fim do mundo', onde eles querem que eu fique, eu deixaria para lá, mas hoje preciso dar satisfação às pessoas que sofrem racismo todos os dias", acrescenta Carmem Virgínia, citando o caso de um taxista que se recusou a transportá-la por ser "macumbeira".
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