Televisão The Tick, nova série do Amazon Prime Video, resgata herói cômico dos quadrinhos Produção disponível no serviço de streaming é segunda tentativa de emplacar personagem em programa com atores

Por: Breno Pessoa

Publicado em: 25/08/2017 13:01 Atualizado em: 25/08/2017 12:38

Série estreia com seis episódios. Segunda parte da temporada chega em 2018. Foto: Amazon Prime Video/Divulgação
Série estreia com seis episódios. Segunda parte da temporada chega em 2018. Foto: Amazon Prime Video/Divulgação

Um homem adulto vestido de carrapato azul não é exatamente a representação típica de super-herói, mas essa é a descrição superficial de The Tick, personagem-título da nova série televisiva a apostar no gênero dos combatentes do crime fantasiados. A primeira temporada da produção será lançada em duas partes, com seis episódios cada, sendo a leva inicial já disponível no Amazon Prime Video. Os capítulos seguintes estão previstos para o início de 2018.

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A narrativa não é centrada no herói, mas em Arthur Everest (Griffin Newman), um contador deprimido obcecado em investigar o mundo do crime nas horas vagas. Ele desconfia que a cidade é controlada por um supervilão dado como morto há anos e, durante uma de suas tocaias, acaba conhecendo The Tick (Peter Serafinowicz). Ao menos nos primeiros episódios, a presença do mascarado bonachão gera confusão em Arthur; aparentemente, só ele enxerga a figura, que desaparece na presença de outras pessoas.

Nos anos 1990, antes de virar série com atores, o personagem, original dos quadrinhos o herói ganhou um desenho animado com 36 episódios, exibido também no Brasil. A produção da Amazon é a segunda empreitada em live-action: a primeira tentativa foi em 2001 e durou apenas uma temporada. "Quando fizemos, ainda não existiam tantas produções com heróis, mas tentamos propiciar o melhor show possível", diz o produtor Barry Josephson, responsável pelas duas incursões e declaradamente fã das HQs e da animação.

"Acredito que agora temos a chance de contar a história da maneira correta", reforça, destacando que o amadurecimento do gênero super-herói na TV e cinema possibilitou encontrar o tom certo para a nova produção. "A primeira série tinha humor exagerado, enquanto a nova é mais realística, em um mundo não tão diferente do nosso", ressalta Josephson, que também é produtor executivo de um grande sucesso da TV, a série Bones.

De fato, nos primeiros episódios percebe-se uma grande mudança entre o clima do desenho animado e a espalhafatosa série com atores. Mais sóbria e realística, a atração segue os passos da maioria das produções atuais de super-heróis, inserindo a história no mundo tal como estamos acostumados. Esse toque de verossimilhança é observado até os uniformes dos personagens, em cores e padrões mais discretos que na versão original.

Esse pé na realidade, no entanto, não torna o programa exatamente sério ou exclui uma das características mais marcantes do universo de The Tick, que é o humor. Porém, em lugar de piadas pautadas essencialmente no absurdo e ridículo dos heróis e vilões, a comicidade vem pincelada de tons dramáticos. Enquanto Arthur é uma figura deprimida e melancólica, The Tick é bonachão, mas visivelmente desajustado. O contraste entre os dois gera maior parte das piadas, muitas vezes em cima do desconforto e deslocamento social de Arthur. É uma graça mais contida, mas que funciona bem.
 Griffin Newman (Arthur) e Peter Serafinowicz (The Tick) têm boa dinâmica. Foto: Amazon Prime Video/Divulgação
Griffin Newman (Arthur) e Peter Serafinowicz (The Tick) têm boa dinâmica. Foto: Amazon Prime Video/Divulgação

Essa abordagem, menos comum nas produções de super-heróis, é, segundo Josephson, um dos diferenciais. "É uma voz muito original", afirma, opinando que o mercado ainda não está saturado, apesar do grande número de filmes e séries com personagens da Marvel, DC Comics e outras editoras. O produtor acredita que novas abordagens podem alcançar públicos diferentes e cita o exemplo recente de Mulher-Maravilha. Embora com mais sete décadas de existência, a heroína só teve o primeiro longa-metragem este ano e acabou atingindo audiências que talvez não se interessassem por outros uniformizados dos quadrinhos. "Existe um leque amplo", opina.

Vasta também é a ambição dos produtor para a atração. "Definitivamente, nos vemos uma temporada dois", adianta Josephson, acrescentando que os roteiristas têm planos para desenvolve desenvolver a história por alguns anos, talvez cinco temporadas e até spin-offs”. Vida longa ao carrapato azul.

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