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Literatura Temáticas recorrentes nas músicas de Luiz Gonzaga são tema de livro do pesquisador Renato Phaelante A publicação esquadrinha a relação entre as canções imortalizadas por Gonzaga com a realidade do povo nordestino, seus costumes e tradições

Por: Fellipe Torres - Diario de Pernambuco

Publicado em: 02/08/2017 18:32 Atualizado em:

Cantor é um dos ícones do Nordeste. Foto: Arquivo/DP
Cantor é um dos ícones do Nordeste. Foto: Arquivo/DP
Até a década de 1940, muito pouco se sabia a respeito da cultura nordestina no Sul e Sudeste do país. Entre os poucos artistas a representarem a musicalidade da região diante do grande público estavam João Pernambuco e Manezinho Araújo, eleito o Rei da Embolada. O surgimento de Luiz Gonzaga por meio de programas radiofônicos de auditório, portanto, foi um grande acontecimento. O início da trajetória do futuro Rei do Baião é relembrado pelo pesquisador e escritor pernambucano Renato Phaelante no livro Luiz Gonzaga: Baião, forró e seca (Bagaço, 148 páginas, R$ 30), cujas páginas analisam os três temas mais recorrentes na obra do forrozeiro. O lançamento será nesta quarta-feira (2/8), às 19h, no Memorial da Medicina de Pernambuco (Rua Amaury de Medeiros, 206, Derby).

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Fruto de pesquisas realizadas ao longo das mais de três décadas de atuação de Phaelante na Fundação Joaquim Nabuco, a publicação esquadrinha a relação entre as canções imortalizadas por Gonzaga com a realidade do povo nordestino, seus costumes e tradições. “Ao lado de parceiros musicais como João Silva e Ronildo Almeida, ele cumpriu bem o seu objetivo, o seu sonho de levar para o resto do Brasil, para o Sul do país o valor, a importância do trejeito, do sotaque e do linguajar próprio do nordestino”, pontua.

Embora Luiz Gonzaga se desagradasse do tom engajado de algumas das composições do filho, Gonzaguinha, ele próprio levantava bandeiras nas suas músicas. Para Phaelante, a toada-baião Vozes da seca, de 1953, é um bom exemplo dos protestos encampados pelo Rei do Baião contra o sofrimento do povo nordestino. Diz a letra: “Seu ‘doutô’, os nordestino têm muita gratidão/ Pelo auxílio dos ‘sulista’ nessa seca do Sertão/ Mas ‘doutô’ uma esmola a um homem que é são/ Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”.

“Além de bem-feita, a música mostra a realidade da região, a coragem, a força e a capacidade do nordestino”, diz Renato Phaelante. Mais tarde, outras canções entoadas por Gonzaga reforçariam a temática, como Último pau de arara, Paraíba, Aquarela nordestina e A volta da Asa Branca.

Integrante da Academia de Música de Pernambuco e da Academia de Artes e Letras de Pernambuco, Phaelante é autor de livros como Fragmentos da história da Rádio Clube de Pernambuco, Compositores pernambucanos - Catálogo biográfico: Capiba é frevo, meu bem, Sátira e humor na história da MPB e O Recife na história da MPB.

Serviço
Lançamento de Luiz Gonzaga: Baião, forró e seca, de Renato Phaelante (Bagaço, 148 páginas, R$ 30)
Quando: quarta-feira, às 19h
Onde: Memorial da Medicina de Pernambuco (Rua Amaury de Medeiros, 206, Derby)
Quanto: gratuito 


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