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Música Romance, preconceito e futebol: confira as letras do novo disco de Chico Buarque Textos das canções de Caravanas foram divulgados em material gráfico

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 22/08/2017 16:58 Atualizado em: 22/08/2017 17:39

Chico Buarque lançará novo disco na próxima sexta (25). Foto: Biscoito Fino/Divulgação
Chico Buarque lançará novo disco na próxima sexta (25). Foto: Biscoito Fino/Divulgação

Com previsão para chegar às plataformas de streaming na próxima sexta-feira (25), o novo disco do cantor e compositor Chico Buarque, Caravanas, teve seu material gráfico e letras das músicas divulgados nesta terça-feira (22). São nove composições próprias ou em parcerias com nomes como Critóvão Bastos, Edu Lobo, Chico Brown e Jorge Helder. Entre as temáticas abordadas nas letras estão o futebol, relacionamentos e preconceitos que ganham moldes em melodias que vão do blues à ao funk. A primeira, Tua cantiga, que abre o disco, já teve vídeo divulgado, a faixa título ganhou um registro de divulgação nesta terça.

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Confira as letras de Caravanas, de Chico Buarque:

1. Tua cantiga (Cristóvão Bastos/ Chico Buarque)

Com letra dele mesmo e música de Cristóvão Bastos, o mais recente alimento dos juízes de tribunais sumários de Facebook é uma grande canção. "Será que é machismo um homem largar a família para ficar com a amante? Pelo contrário. Machismo é ficar com a família e a amante. Diálogo entreouvido na fila de um supermercado", escreveu em uma rede social para rebater acusações.

O barulho veio porque Chico canta sobre o personagem (que nunca necessariamente é ele mesmo) inebriado pela paixão a ponto de cometer insanidades fora dos padrões, como deixar mulher e filhos para seguir a amante. Canta ainda que basta um suspiro de agonia que ele segue para consolá-la, que basta deixar um lenço cair para que ele a retire das mãos de um desalmado. E por aí vai, desenvolvendo a situação sobre seu personagem (e não, mais uma vez, sobre ele mesmo).



Tua Cantiga (Cristóvão Bastos/ Chico Buarque)
Tua Cantiga (Cristóvão Bastos/ Chico Buarque)


2. Blues pra Bia (Chico Buarque)

Blues pra Bia, na sequência, tem blue notes no violão de Luiz Claudio Ramos e no piano de João Rebouças, mas não é um blues. A inquietação harmônica de Chico dilui o que poderia ter esse espírito e algo a conduz para o cancioneiro norte-americano dos anos 1950. A personagem Bia provoca o mesmo desequilíbrio emocional no narrador de Tua cantiga. Bia tem o espírito livre, não se entrega às composições do insinuador e, muito mais do que o espanto cultural provocado por Tua cantiga, revela mais um recanto que Chico desvenda em sua poesia contagiada pelas discussões em rede. Talvez Bia não goste de homens. E daí? Ao apaixonado, "nada me amofina, também posso virar menina pra Bia me namorar."

Blues Pra Bia (Chico Buarque)
Blues Pra Bia (Chico Buarque)


3. A moça do sonho (Edu Lobo/ Chico Buarque)

A Moça Do Sonho (Edu Lobo/ Chico Buarque)
A Moça Do Sonho (Edu Lobo/ Chico Buarque)


4. Jogo de bola (Chico Buarque)


Jogo De Bola (Chico Buarque)
Jogo De Bola (Chico Buarque)


5. Massarandupió (Chico Brown/ Chico Buarque)

Massarandupió é uma música que apresenta o neto de Chico, Chico Brown, filho de Carlinhos Brown e Helena Buarque. "Ó mãe, pergunte ao pai quando ele vai soltar a minha mão/Onde é que o chão acaba e principia toda a arrebentação". Os versos são de Buarque e a música de Brown, na maior revelação do disco.


Massarandupió (Chico Brown/ Chico Buarque)
Massarandupió (Chico Brown/ Chico Buarque)


6. Dueto (Chico Buarque)

Outra filha do casal Helena e Carlinhos Brown, Clara Buarque aparece na seguinte, a graciosa Dueto, já gravada antes para o documentário sobre ele dirigido por Miguel Faria Jr. em 2015. A regravação traz mais atualizações, com Chico ou Clara sorrindo ao enumerarem Facebook, Twitter, Snapchat e ressuscitando o Orkut.


Dueto (Chico Buarque)
Dueto (Chico Buarque)


7. Casualmente (Jorge Helder/ Chico Buarque)

Casualmente, atualizada novamente em embates políticos, ganha um bolero em espanhol. Tem clima mais profundo, tratamento mais sofisticado. Ele aqui reafirma-se em seu território mais tradicional, em parceria com o baixista e compositor Jorge Helder.


Casualmente (Jorge Helder/ Chico Buarque)
Casualmente (Jorge Helder/ Chico Buarque)


8. Desaforos (Chico Buarque)

E Desaforos, também de um Chico clássico, vende a imagem de um "vagabundo" para o qual a desejada jamais vai olhar e que chega a reconfortar-se ao saber que ela profere impropérios contra ele Afinal, em mais um arroubo do amor que leva ao desespero, ela profere o seu nome. O amor é sempre um ato de desespero em Chico, e ele volta a ser assim nas impossibilidades de A moça do sonho, um requinte harmônico feito em parceria com Edu Lobo.

Desaforos (Chico Buarque)
Desaforos (Chico Buarque)


9. As caravanas (Chico Buarque)

As caravanas tem células que remetem a Caravan, de Duke Elington, e é outra crônica, a de discurso social mais evidente e outra ponte com o mundo que acontece a seu lado. A batida do funk é mencionada sem sufocar as delicadezas de um arranjo de cordas e um ritmo forte que faz Chico quase rappear sobre o encontro dos 'bondes' de meninos que descem dos morros e seguem para as praias e a zona sul. Aqui, é o velho Chico cronista. Quando não se arrebata pelo amor, lança-se em uma delicada indignação.


As Caravanas (Chico Buarque)
As Caravanas (Chico Buarque)


Assista ao vídeo de divulgação de As caravanas:



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