Cinema O Matador, filme da Netflix gravado em Pernambuco, mistura faroeste e cangaço Gigante do streaming repete estratégia adotada em Cannes exibe longa primeiro no Festival de Gramado

Por: Breno Pessoa

Publicado em: 19/08/2017 14:30 Atualizado em: 19/08/2017 14:24

 (Filme ainda não tem data de estreia definida, mas deve ficar disponível até o fim do ano. Foto: Netflix/Divulgação)

GRAMADO - Repetindo, de certa maneira, o que foi visto no mês de maio em Cannes, quando a dois filmes da Netflix concorreram à Palma de Ouro, a gigante do streaming exibiu, no abertura do 45º Festival de Cinema de Gramado, mais uma produção própria. Dessa vez, foi O matador, de Marcelo Galvão, primeiro longa-metragem de ficção produzido no Brasil com o selo da companhia.


Ainda sem data de estreia definida - o título deve ficar disponível na plataforma até o fim do ano - O matador iniciou e encerrou sua carreira na tela grande na mesma ocasião, na noite do dia 18, no Palácio dos Festivais, sede histórica do evento cinematográfico. Gravada quase que na totalidade em Pernambuco, a produção teve locações no distrito de Cimbre e no Pico do Papapagaio, ambos em Pesqueira, além de passagens por Paulo Afonso (BA) e Campinas (SP). 

A escolha das locações se mostrou acertada. A paisagem sertaneja transmite realismo e não cai no visual folclórico visto vez por outra em produções situadas no Nordeste. O filme segue a jornada de Cabeleira (Diogo Morgado), um jagunço que sai de sua moradia isolada entra as paisagens áridas da seca e vai até a cidade mais próxima em busca de Sete Orelhas (Deto Montenegro), matador de aluguel responsável por sua criação e que encontra-se desaparecido. A história é ambientada entre os anos 1910 e 1940, quando o cangaço começava a entrar em  declínio.  

Embora a premissa do roteiro seja bastante simples, o filme traz um grande número de narrativas paralelas nem sempre diretamente relacionadas ao protagonista. Se a variedade de conflitos entre personagens secundários pretendia mostra um universo rico, acabou revelando também falta de unidade entre esses núcleos.

Falta coesão também no tom predominante do filme, que mistura ação, drama e algumas cenas de humor que parecem deslocadas. A direção se mostra indecisa entre um retrato mais visceral e cru do banditismo ou da violência caricata.   

 

*O repórter viajou a convite da organização do Festival de Cinema de Gramado

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