Artes visuais e patrimônio Exposição sobre história de Pernambuco resgata peças de antes da colonização Mostra 'Pernambuco, território e patrimônio de um povo' traz desde itens feitos antes da colonização até obras de arte contemporâneas

Por: Isabelle Barros

Publicado em: 08/08/2017 15:21 Atualizado em: 08/08/2017 16:08

Obras de Mestre Vitalino estão entre as expressões artísticas expostas na mostra de longa duração. Crédito: João Vicente/Divulgação
Obras de Mestre Vitalino estão entre as expressões artísticas expostas na mostra de longa duração. Crédito: João Vicente/Divulgação

O Museu do Estado de Pernambuco (MEPE) decidiu abraçar de forma mais efetiva sua vocação como espaço expositivo de referência sobre a história de Pernambuco e preparou uma nova exposição na qual exibe um olhar particular sobre parte de seu acervo. A mostra de longa duração Pernambuco, território e patrimônio de um povo começa nesta quinta (10) e vai ocupar parte do piso térreo do Espaço Cícero Dias, anexo ao casarão-sede da instituição.

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Os antropólogos Renato Athias e Raul Lody assinam a curadoria da mostra, que consumiu dois anos de pesquisa e é composta por excertos de várias das coleções angariadas pelo museu ao longo de 88 anos de existência. Já a expografia e montagem ficaram por conta do designer e artista visual Rinaldo Carvalho. “Tínhamos um acervo extremamente rico em possibilidades, e isso deu origem a essa forma de organização da mostra. É como se estivéssemos redescobrindo Pernambuco”, aponta a diretora do MEPE, Margot Monteiro.

Os eixos principais são os seguintes: Território, Arqueologia, Povos tradicionais, Açúcar, Xangô Pernambucano e Expressões Artísticas Contemporâneas. Além disso, vários especialistas em cada área, como historiadores e biólogos, participam de cinco vídeos presentes na exposição para aprofundar alguns dos temas abordados nela.

Os primeiros ambientes da mostra se concentram na representação biológica e artística do território, inclusive com quadros de Telles Júnior, e nos vestígios deixados pelos povos originários, seja da época anterior à colonização portuguesa, seja de indígenas de tribos pernambucanas. São petróglifos - inscrições em pedra -, colares, cocares e outros objetos do dia-a-dia. “A ideia original da nossa curadoria era a de mostrar o Estado a partir do museu. Minha intenção era a de trazer itens presentes no cotidiano dos índios. Há materiais que não são necessariamente pernambucanos, são da Amazônia, mas são contemporâneos a eles”, afirma Renato, também professor da Universidade Federal de Pernambuco.

A partir do eixo “Açúcar”, podem ser vistos outros tesouros do acervo, como gravuras de Frans Post, o acervo afro-brasileiro do museu, expresso em “Xangô Pernambucano”, ex-votos em profusão e, por fim, a síntese de todas essas influências a partir de obras de arte feitas a partir do século 20 por variados artistas, desde Bajado e Mestre Vitalino até Gilvan Samico e Lula Cardoso Ayres. “A pegada da mostra é patrimonial. Nada é estanque na exposição. Também fizemos duas instalações, para dialogar com o contemporâneo e, ao mesmo tempo, fizemos uma ligação com o acervo que continua em exposição no casarão”, esclarece Raul Lody.

SERVIÇO
Pernambuco, território e patrimônio de um povo, com curadoria de Raul Lody e Renato Athias
Abertura: Quinta, 10 de agosto, às 19h30
Onde: Museu do Estado de Pernambuco - Avenida Rui Barbosa, 960, Graças
Visitação: Terça a sexta-feira, das 9h às 17h; sábados e domingos, das 14h às 17h
Ingresso: R$ 6 e R$ 3 (meia)
Informações: 3184-3174

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