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Cinema Longa nacional As Duas Irenes mostra transição para a adolescência em meio a crise familiar Filme exibido no Festival de Gramado tem como protagonista garota que descobre ter uma meia-irmã, fruto de relacionamento extraconjugal do pai

Por: Breno Pessoa

Publicado em: 22/08/2017 12:39 Atualizado em: 22/08/2017 19:41

Irene (Priscila Bittencourt) e Tonico (Marco Ricca) têm relação conturbada na trama. Foto: Lacuna Filmes/Divulgação
Irene (Priscila Bittencourt) e Tonico (Marco Ricca) têm relação conturbada na trama. Foto: Lacuna Filmes/Divulgação

GRAMADO – A infidelidade nas relações não afeta só os pares. É nos filhos que acabam pesando parte de eventuais dores proporcionadas por relações extraconjugais. As duas Irenes, primeiro longa-metragem de Fabio Meira, narra um drama familiar a partir da perspectiva da prole impactada pela traição de um pai. O título, exibido durante o Festival de Cinema de Gramado, também circulou este ano pelo Festival de Berlim na mosta Generation e entra em cartaz em todo o país no próximo dia 14 de setembro.

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Irene (Priscila Bittencourt), uma garota de 13 anos morando no interior, descobre que o pai, Tonico (Marco Ricca) tem um caso com outra mulher e uma filha fruto dessa relação. A segunda surpresa é que sua meia-irmã (Isabela Torres) também se chama Irene. Sem que as duas famílias saibam, as garotas se aproximam e iniciam amizade.

Ao mesmo tempo que toma conhecimento desta "outra Irene", a protagonista passa por uma fase de descobertas da adolescência, com os sinais iniciais de despertar para a sexualidade, o que inclui as percepções sobre as mudanças do corpo, o anseio pelo primeiro beijo e também os inevitáveis desentendimentos com os pais. Irene parece ver na meia-irmã uma espécie de reflexo que ela deseja para si.

Embora tenha a mesma idade, a recém-descoberta parente homônima se mostra mais experiente, já tendo beijado alguns garotos e também apresentando um corpo mais desenvolvido. O clima de romance de formação é intercalado pela tensão da iminência da descoberta da vida dupla de Tonico.

Com desenvolvimento bem cadenciado, a história é contada sem pressa e, principalmente, com muita delicadeza em torno das duas Irenes. E, embora não pareça o cerne da obra, é um filme que acaba tocando no tema do machismo, patriarcalismo e opressão feminina. Faz um curioso diálogo com Como nossos pais, de Laís Bodanzky, também exibido nesta edição do Festival de Gramado, e o recente Mulher do pai, de Cristiane Oliveira.

*O repórter viajou a convite da organização do festival

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