Memória
Exposição realça face carismática do padre Edwaldo
Pároco da Igreja de Casa Forte era conhecido pela dedicação em ações voltadas para comunidades carentes
Por: Matheus Rangel
Publicado em: 16/08/2017 12:54 Atualizado em: 16/08/2017 23:41
Padre Edwaldo angariou admiradores durante a trajetória no sacerdócio. Foto: Paulo Paiva/DP |
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“Contamos muito pouco da vida pessoal, focamos mesmo nas obras, como a Casa da Criança Marcelo Asfora, a creche Menino Jesus, criada para que as mães das comunidades conseguissem trabalhar, dentre várias outras ações”, conta Vera Ferraz, biógrafa do padre e amiga dele há mais de 25 anos. São 13 painéis, instalados no piso L3 do Shopping Plaza, com registros do acervo da igreja e do próprio Edwaldo. O acesso é gratuito.
Paroquiana da Igreja de Casa Forte, Vera diz ter testemunhado o engajamento de padre Edwaldo nos bairros contemplados pelas ações. Nos anos 1970, pontua, lutou para impedir a construção de edifícios com mais sete andares no Poço da Panela e, mais recentemente, pressionou governantes para finalizar o Conjunto Habitacional Lemos Torres, que teve as obras iniciadas no ano passado e deve abrigar 192 famílias quando concluído. “Ele vivia o evangelho na íntegra, queria passar que não bastava você ler e não praticar. Aqui na igreja tem uma ação na qual ele sempre dava cestas básicas a 250 famílias reconhecidamente pobres, independentemente de serem católicas. Tinha suas preleções voltadas para Cristo, sempre foi muito da doação, um cara que se doou às causas dos mais necessitados”, recorda a jornalista. O falecimento de padre Edwaldo, aos 85 anos de idade, comoveu fiéis que o acompanhavam. Da Paróquia de Casa Forte, onde assistiram a uma missa de corpo presente celebrada pelo Arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, a multidão seguiu ao cemitério de Santo Amaro para as últimas despedidas.
A exposição Um padre nosso tem o mesmo nome do livro que Vera Ferraz escreveu sobre o sacerdote, no ano passado, quando ele foi homenageado na 38ª edição da Festa da Vitória Régia. O projeto foi feito em segredo, sob o pretexto de ser um simples panfleto. As entrevistas sobre a vida pessoal ocorriam na casa dele, sempre movimentada. “Quando estava conversando com ele, sempre alguém chegava, o telefone tocava e assim por diante. Padre Edwaldo era muito requisitado. A sua casa tinha sempre as portas abertas. Até quando estava tomando café da manhã, alguém vinha para falar com ele”, recorda Vera. Da residência, foram levados para a exibição o birô, a cadeira e a bengala usados por ele nos últimos anos de vida, com a finalidade de reproduzir o espaço de trabalho na casa paroquial.
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