Corpo Companhia pernambucana de dança celebra 25 anos com turnê pela Europa Apresentações da Vias da Dança ocorrem na Alemanha e Polônia

Por: Isabelle Barros

Publicado em: 02/08/2017 15:29 Atualizado em:

Dorival Obá e Carnevale são os espetáculos escolhidos. Foto: Cia. Vias da Dança/Divulgação
Dorival Obá e Carnevale são os espetáculos escolhidos. Foto: Cia. Vias da Dança/Divulgação


A dança pernambucana ultrapassou a fronteira do país e ganhou os palcos europeus, com os trabalhos Dorival Obá e Carnevale, da Cia. Vias da Dança. A turnê do grupo contempla Berlim e Coburg, na Alemanha, e Varsóvia, na Polônia, até o dia 12 de agosto, após ter sido contemplado pela linha de circulação internacional do Funcultura, atingindo países nos quais a dança contemporânea pernambucana ainda é praticamente desconhecida. O primeiro espetáculo terá mais datas e é inspirado na obra de Dorival Caymmi, além de ser fincado nas raízes do candomblé. Já o segundo terá única apresentação no dia 6 de agosto e tem uma visão sobre o carnaval permeado pela dança contemporânea. A viagem também é um marco especial para os 25 anos de carreira da companhia, fundada em 1992.

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Dorival Obá estreou no fim de 2014 e tem como coreógrafo e diretor artístico o bailarino Juan Guimarães, que atualmente mora em São Paulo. A direção-geral e a preparação corporal ficaram por conta de Heloísa Duque, fundadora da Vias da Dança. Já o elenco que vai viajar é composto por Natalia Brito, Clara Lucena, Beatriz Ribas, Simone Monteiro, Claudemilson Soares e Thomas de Aquino.

A inspiração para o espetáculo veio do legado deixado por Dorival, desde a saudade da Bahia, que deixou aos 23 anos, até a devoção pelo orixá Xangô. A intenção é fazer uma homenagem à cultura negra, à Bahia, à religiosidade afro-brasileira e, ao mesmo tempo, instigar uma reflexão sobre as memórias e pessoas que passam pela vida de cada um. A trilha sonora contempla tanto canções clássicas do compositor, como É doce morrer no mar e O que é que a baiana tem? e composições instrumentais de Henrique Macedo feitas para o espetáculo.

Carnevale é uma reflexão sobre a exploração do físico feminino como atrativo do carnaval. O corso, as marchinhas e a pesquisa sobre os movimentos do frevo e do afro deram origem a uma provocação poética voltada para o que há de caótico nessa festa popular. Esse também foi o primeiro trabalho no qual o Vias da Dança trabalhou mais profundamente a matriz das danças populares no Recife, mas sem perder a meada contemporânea da companhia.

De acordo com Heloísa Duque, a conquista de se ter um trabalho visto por um público além do Recife é consequência da persistência da companhia em mais de duas décadas de existência, seja ministrando aulas, criando espetáculos ou trabalhando em parceria com outros coreógrafos. “Pernambuco é um celeiro de cultura, mas somos desvalorizados, temos todas as dificuldades do mundo. Como artistas, não temos segurança de nada. Antes, corríamos atrás de patrocínio e hoje é muito mais difícil de conseguir isso. O que me mantém na dança é o amor por essa escolha que fiz na minha vida”.

Meias Palavras
Quem também circula fora de Pernambuco em agosto é a Cia. Meias Palavras, que levará a São Paulo dois espetáculos de seu repertório, calcado na oralidade popular: As travessuras de Mané Gostoso, com os atores Arilson Lopes, Samuel Lira e Luciano Pontes, e Seu rei mandou, com Luciano Pontes e Gustavo Vilar. O primeiro se apresentará durante todos os sábados de agosto no Sesc Consolação, onde está instalado o Centro de Pesquisa Teatral (CPT), de Antunes Filho, enquanto o segundo cumpre temporada no Sesc Pinheiros em três domingos de agosto. A companhia, atualmente, ensaia o espetáculo Terrível, com estreia prevista para o ano que vem.

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