Cinema
Cineastas pernambucanas repudiam machismo em filme sobre aborto
Curta de Fernando Rick recebeu prêmio de Melhor Direção no Festival Internacional de Cinema Fantástico
Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco
Publicado em: 16/08/2017 13:47 Atualizado em: 16/08/2017 22:01
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| Filme é acusado de hipersexualização e deteriorização da mulher. Foto: BlackVomit Filmes/Reprodução |
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"Ao longo de toda a narrativa, a construção da personagem se dá através de fetiches relacionados a um perfil psicológico estereotipado e ainda mais a um olhar estigmatizado sobre o corpo da mulher", critica a carta aberta, apontando a exploração de planos fechados em partes específicas do corpo da mulher, como face e órgãos genitais, enquanto o homem nunca tem seu rosto apresentado por completo. "Após a descoberta da gravidez, a primeira tentativa de aborto induzido através do uso de uma medicação é uma cena em que o diretor consegue erotizar o corpo da mulher a partir de uma construção sonora e visual que expõem de forma sensual a sua dor", continua o documento.
No texto, o coletivo aponta que a personagem é "gradativamente castigada aos olhos do diretor, que retrata no seu corpo, na sua casa e no seu psicológico um estado de deteriorização como forma de puni-la pelas decisões tomadas", culminando com um momento de auto agressão física. Em outro momento, a crítica aponta discriminação religiosa na obra "quando surge a figura de um homem negro, com características que se assemelham ao universo das religiões de matrizes africanas de forma demonizada, preconceituosa e racista".
A sessão de exibição do curta, na última sexta-feira (11), durante o Festival de Cinema de Triunfo, também contou com manifesto das realizadoras que integram o Mulheres no Audiovisual PE. Nesta segunda-feira (14), Embaraço recebeu o anúncio do prêmio de Melhor Direção do Poe - 2º Festival Internacional de Cinema Fantástico 2017.
Confira o texto na íntegra:
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