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Entrevista Patrícia França revela mágoa com cinema pernambucano: 'Ninguém me chama' "Acho que foi uma praga da Bruxa da Branca de Neve", brinca atriz pernambucana

Por: Fernanda Guerra - Diario de Pernambuco

Publicado em: 09/07/2017 15:30 Atualizado em: 10/07/2017 12:58

2017 é um ano importante para Patrícia França. Foto: Renato Rocha Miranda/Globo
2017 é um ano importante para Patrícia França. Foto: Renato Rocha Miranda/Globo


2017 é um ano simbólico para a atriz Patrícia França, 47. Há 25 anos, ela estreava na TV como protagonista da novela Tereza Batista, inspirada na obra de Jorge Amado. Em uma volta ao passado, cita a personagem como das mais importantes da carreira. “As personagens femininas de Jorge são mulheres muito fortes. São personagens feministas antes de tudo. Me identifico muito”, diz Patrícia ao Viver.
 
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Ainda em breve retrospecto, ela menciona a personagem Rosa, vilã de Escrava Isaura, em reprise na Record. “A personagem foi muito batalhada e me deu muita alegria”, recorda a atriz. O último trabalho na TV foi como Delma, em Malhação, há dois anos. “Foi um divisor de águas. Havia um certo preconceito com a novela, mas ela quebrou paradigmas. Muita história já foi contada, e muita gente bacana já fez. Era um preconceito bobo”, conta. Patrícia deixou o Recife aos 17 anos, quando se mudou para o Rio de Janeiro com o intuito de consolidar a carreira como atriz. Desde a mudança de cidade, ela não atuou em nenhum trabalho local.

Há dois anos, você está afastada da televisão. Por quê?
Não estou fazendo televisão porque não me convidam. Simples assim. A televisão tem isso. Não dá para gente produzir. A gente tem que ser convidada. Estou fazendo teatro. Estamos fazendo O jogador, cuja direção será de Tadeu Aguiar. Ele comprou os direitos de um musical Ou tudo ou nada, uma adaptação de um filme. A gente fez no Rio de Janeiro e em São Paulo. E agora tenho esse projeto. Estamos esperando patrocínio. A arte foi uma das afetadas com a crise. A Globo não  contrata mais ninguém. Recentemente, recebi convite para participar de minissérie da Globo, mas não consegui acertar.

Sente falta da televisão?
Sinto falta de bons personagens. Não é que sinta falta da televisão, de estar na mídia. Sinto falta de um bom papel. Se estou parada, se não estou fazendo televisão, se não for para deixar feliz, prefiro ficar quieta. Adoro trabalhar na tevê. Sou atriz que vem do teatro, mas sou forte na tevê. Gostaria de estar fazendo. Mas TV é personagem. Você precisa ter um papel interessante. Não é grande ou pequeno, mas é a qualidade. Aquele que vá cair no gosto. Fiz bons.

Acompanha a cena local? Sente vontade de trabalhar no Recife?
O que eu sei é que o cinema pernambucano é um dos melhores do mundo. Tenho muito orgulho. Mas ninguém me chama. Não sei o que é. Acho que foi uma praga da Bruxa da Branca de Neve (risos). Nunca me chamaram nem para a Paixão de Cristo, que convida atores do Rio de Janeiro, figuras importantes, mas nunca me chamaram. Mágoas à parte, destacaria que temos muita cultura.

Como enxerga o momento atual da teledramaturgia?
A TV mudou porque o mundo mudou. Acredito que não é mais a mesma de quando eu comecei. A Globo está investindo em série, porque a cultura da novela não é mais a mesma. A série é uma coisa mais rápida. Acho que esse lugar da novela vem cada vez mais se dividindo com outros lugares e produtos. É bom para o telespectador que se abra o novo espaço. Recentemente, recusei um convite para atuar em série do Space (A lei, com Guilherme Fontes e Mel Lisboa, sem previsão). O personagem não me apeteceu.

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