TV Maria Fernanda Cândido defende Joyce, personagem conservadora de A Força do Querer Conservadora, ela tem de lidar com a filha transexual, preconceitos e os conflitos gerados por novos afetos

Por: Estado de Minas

Por: AE

Publicado em: 24/07/2017 12:33 Atualizado em: 24/07/2017 12:57

Relação mãe e filha é marcada por conflitos e vai se agravar quando Ivana descobrir a transexualidade. Foto: Globo/Divulgação
Relação mãe e filha é marcada por conflitos e vai se agravar quando Ivana descobrir a transexualidade. Foto: Globo/Divulgação


Em A força do querer, novela das nove da Globo, Joyce, personagem interpretada por Maria Fernanda Cândido, vê a vida desmoronar dia após dia. Desde o início da trama, a convivência com a filha, Ivana (Carol Duarte), foi marcada por conflitos e a situação tende a se agravar, pois a jovem, finalmente, vai descobrir sua transexualidade. Fora isso, Joyce enfrenta a traição do marido, Eugênio (Dan Stulbach), com Irene (Débora Falabella), que até pouco tempo pensava ser uma amiga.

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A atriz, de 43 anos, fala sobre as divergências entre Joyce e Ivana, a filha trans. Maria Fernanda comenta sua volta aos folhetins depois de quase 10 anos – a última novela inteira da qual participou foi Paraíso tropical (2007) – e conta detalhes da parceria com o psicanalista Jorge Forbes no programa Terradois, da TV Cultura.

Como a Joyce vai lidar com a questão da transexualidade da Ivana?
Durante a novela, o castelo de Joyce vai sofrendo alguns abalos. Então, a gente está entendendo que tipo de estrutura psicológica e emocional ela vai ter para lidar com esses conflitos do mundo contemporâneo. Existem os novos afetos, as novas relações de trabalho, a manipulação genética, a entrada da era digital nas nossas vidas... Você tem aí uma lista de assuntos que são parte desse mundo contemporâneo e isso se apresenta para nós. A Joyce é uma pessoa que foi criada com os parâmetros antigos. Então, essas questões novas vão gerar conflitos. Não vai ser tranquilo. Vai mexer com o mundo dela!

Joyce vai rejeitar a filha?
Tem uma distância entre aquilo que você diz e o que sente. Acho que os pais, independentemente de serem mais ou menos conservadores, sempre vão querer o caminho mais suave para os filhos. Mesmo uma pessoa ultramoderna vai querer o caminho com menos obstáculos e sofrimento. Então, tudo que os pais percebem que vai ser mais difícil, é óbvio, eles também vão sofrer. Mas isso não significa que vão rejeitar ou deixar de amar.

A personagem teve uma criação conservadora. Isso faz com que ela aja de forma errônea com a filha, pensando fazer o melhor?
Vejo nela algo tradicionalista, avesso a riscos. Ela não é aventureira. Joyce quer segurança e respeita as tradições. Ela é uma pessoa ótima, uma boa mulher e muito dedicada ao marido e aos filhos. Ela cuida deles, mas à sua maneira. Faz o que julga ser melhor.

A força do querer faz aumentar o debate sobre a transexualidade?
Sim, estão sendo lançadas perguntas para que a nossa sociedade possa conversar e refletir sobre a transexualidade. Não acho que a nossa função seja dar respostas, mas, talvez, levantar perguntas.

Como é voltar às novelas após o afastamento por 10 anos?
Estou feliz, claro. Antes, não fazia porque meus filhos eram muito pequenos e a logística de trabalho era muito difícil. Agora eles são meninos crescidos, já conseguem verbalizar o que querem e compreendem muito bem. E eu e o Papinha (Rogério Gomes, diretor) já tínhamos tentado trabalhar e não deu certo. O mesmo aconteceu com a Glória (Perez).

Além da novela, você participa do programa Terradois, da TV Cultura. Como foi trabalhar nessa produção?
Trabalhei no Terradois por quase dois anos, desde a concepção do formato. O objetivo é discutir essas questões do mundo contemporâneo de que estava falando... A cada semana tem um episódio de 20 minutos de dramaturgia dentro da produção. No programa, o psicanalista Jorge Forbes, o idealizador do projeto, está comigo mediando a conversa. Essa experiência me trouxe muita satisfação. 

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