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Coração

Johnny Hooker lança disco em que transita pelo samba, axé e tecnobrega

Álbum foi disponibilizado em plataformas de streaming

Publicado em: 23/07/2017 16:16 | Atualizado em: 23/07/2017 16:45

Cantor recifense fará show no Parque Dona Lindu. Foto: Erica Colaço/divulgação

O aniversário de 30 anos do cantor recifense Johnny Hooker, no dia 6 de agosto, será comemorado em cima do palco, em um momento de renovação de idade e repertório. Ele fará show gratuito no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, para marcar o lançamento do disco Coração, disponível em plataformas de streaming neste domingo (27). 

O álbum surge dois anos depois do arrebatador Eu vou fazer uma macumba pra te amarrar, maldito! (pelo qual venceu troféu de Melhor Cantor no Prêmio da Música Brasileira) e transita com desenvoltura pelo samba, axé e pelo tecnobrega.

Nas 11 faixas inéditas produzidas por Léo D, há homenagens aos ídolos David Bowie (Poeira das estrelas) e Caetano Veloso (Caetano Veloso), além de participações de Gaby Amarantos (Corpo fechado) e Liniker (Flutua).

[ Faixa a faixa

Intro
A faixa acapella é um prelúdio embalado pelo som de ondas quebrando: “Sete vezes eu morri/ Sete vezes eu renasço (...)/ E me dano pelo mundo a procurar os olhos do meu amado/ Com força, amor e fé/ E meu corpo fechado”.

Touro
“Olha eu aqui de novo/ Viver, morrer, renascer, firme e forte feito um touro”. De batida acelerada e marcante, a música tem sonoridade pouco usual. Não tem apelo radiofônico, mas tem o mérito de transmitir um vigor condizente com a letra.    

Eu não sou seu lixo
O samba é alto astral, remete ao carnaval e a um coração partido, dois temas caríssimos a Johnny Hooker. O refrão é contagiante: “Eu não sou seu lixo/ Meu amor, eu lamento. De que adianta ser lindo por fora e horrível por dentro?”.

Corpo fechado
Com Gaby Amarantos. A estética sonora faz referência ao tecnobrega paraense, enquanto a letra ensaia uma volta por cima depois de um “amor marginal”. A sintonia entre as vozes de Johnny e Gaby é ótima. 

Página virada
Após três músicas com levada mais animada, o disco desce o tom para oscilar entre o romantismo e a fossa. O drama sugerido pela letra da canção é acentuado com um arranjo marcado por instrumentos de cordas e um piano melancólico.

Flutua
Com Liniker. Divulgada como single antes mesmo do lançamento do disco, a baladinha narra a história de um amor gay. É a faixa com maior apelo pop: “Ninguém vai poder querer nos dizer como amar”, brada.

Caetano Veloso
O suingue baiano da faixa está a serviço da louvação ao compositor. Na canção, a existência de Caetano suplanta o fato de o personagem nunca ter ido a Salvador. Caetano também é uma espécie de “sentimento bom”.

 

Crise de carência
Os metais se destacam na música, cujos versos se aproximam da chamada “nova MPB”. A letra facilita a identificação: “Meu amor,/ não vá embora por favor,/ Que a vida já me ensinou/ que vale mais a resistência”.

Coração de manteiga de garrafa
Na faixa mais notável do disco, o flerte com a axé music é divertido e faz sentido diante da proposta eclética de Johnny Hooker. A música tem cara de hit de algum carnaval da década passada.

Poeira de estrelas
A cadência da faixa destoa um pouco do restante do disco, fazendo lembrar The importance of being idle, da extinta Oasis. Mas não há prejuízos. Johnny presta tributo ao “Starman” David Bowie, morto em 2016.

Escandalizar
O clima de baile de carnaval volta para encerrar o CD. A música é uma marchinha com guitarra nervosa e refrão “bola pra frente”: “Escandalizar/ Se joga na vida/ Vamos, não desanima/ Simbora, menina/ Até a quarta-feira chegar”.

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