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Literatura Flip 2017 homenageia Lima Barreto A edição também se destaca por ser a primeira em que o número de escritores convidados do sexo masculino é igual ao número de escritoras

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 26/07/2017 08:00 Atualizado em: 26/07/2017 16:10

Lima Barreto é o homenageado do Flip 2017. Foto: BBCBrasil.com
Lima Barreto é o homenageado do Flip 2017. Foto: BBCBrasil.com


A edição da Festa Literária Internacional de Paraty deste ano é a primeira em que há paridade de gênero entre os convidados: são 23 autores do sexo feminino e 23 do sexo masculino. A curadora Joselia Aguiar lembra que, até 2013, não se questionava a participação reduzida de mulheres na Flip. “Isso não era uma questão”. A partir de 2014, com o projeto #readwomen2014 (#leiamulheres2014), da escritora inglesa Joanna Walsh, esse cenário começou a mudar. “Existem eventos na Colômbia, na Espanha, nos Estados Unidos que têm mais mulheres na programação, por uma visão de que há muita coisa nova para ser mostrada, há muitas novas vozes e possibilidades para serem mostradas”, comentou Joselia.

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Joselia chama a atenção para a participação de autores negros, que também aumentou. “São 30% de autores negros. Eu diria que os mais estrelados são eles”, observou. Dentre os representantes negros se destacam Marlon James, da Jamaica; Scholastique Mukasonga, de Ruanda; e os brasileiros Lázaro Ramos e Conceição Evaristo.

Mesas literárias

O número de mesas literárias cresceu nesta edição da Flip. “Tem mais literatura desta vez, porque, nos últimos anos, a Flip tinha mesas com outros temas, outras áreas do conhecimento”, comentou Joselia. Existe também maior integração com outras formas de expressões artísticas. Muitos autores se conectam com outras artes, como o teatro, por exemplo. A abertura da Flip terá direção de cena de Felipe Hirsch e falará de Lima Barreto, com participação do ator e escritor Lázaro Ramos e da historiadora e antropóloga brasileira Lilia Schwarcz.

O show de abertura terá apresentação do pianista, compositor e arranjador brasileiro André Mehmari. A festa terá uma série intitulada Fruto estranho, com intervenções poéticas e performáticas antes do início das mesas literárias. "Tem autores que também fazem letras de música, tem rapper que é ativista político", diz Joselia.

Novidades

Por decisão do diretor-geral da Flip, Mauro Munhoz, e da equipe de arquitetura e design da festa, a programação principal do evento ocorrerá na Igreja da Matriz, considerada patrimônio histórico nacional. Antes, ela ocupava a Tenda dos Autores. No redesenho da Flip 2017, a intenção é possibilitar que mais pessoas possam assistir de graça às apresentações. Para isso, foram instalados, no entorno da Praça da Matriz, 700 lugares cobertos para os visitantes.

Na Flipinha, com programação voltada ao público infantojuvenil, os autores convidados farão atividades lúdicas com estudantes. Os pequenos leitores terão encontros com escritores e ilustradores na Casa da Cultura Câmara Torres. Na Praça da Matriz, as árvores vão se transformar em “pés de livros”, exibindo obras literárias que ficam à disposição dos leitores mirins durante a festa. Da Central Flipinha, que é um espaço de encontro de crianças e jovens com os autores da Flip, sairão vários cortejos literários. A Flip deste ano será transmitida ao vivo pela internet. “É uma forma de acompanhar as discussões, conhecer os autores”.

Praça da Língua

Outro ponto de destaque na programação da Flip 2017 é a Praça da Língua. A reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, inaugurado em 2006 na Estação da Luz em São Paulo e destruído por um incêndio em 2015, é tema de celebração na Casa de Cultura de Paraty. Ali, haverá uma instalação audiovisual que recria a experiência considerada símbolo do museu, que é a Praça da Língua. “Acho que vai ser um momento importante também”, confia Joselia.

“É uma Flip que tem mais lusofonia, no sentido de que vai ter mais autores de língua portuguesa, de Angola, de Portugal, e vai ser um momento importantíssimo de se conhecer a língua portuguesa, a história da língua, de ter uma apreensão da língua portuguesa”. Iniciativa do governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, o Museu da Língua Portuguesa foi concebido e realizado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. As atividades relativas ao museu são gratuitas e abertas ao público em geral. A mesa de abertura da exposição Praça da Língua será no dia 28, às 11h. A exposição vai além do período da Flip e ficará aberta ao público até 27 de agosto.

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