Cobertura FIG 2017: Eddie e BaianaSystem antecipam carnaval no Palco Mestre Dominguinhos Grupos contagiaram o público com mostra da música urbana de rua nesta terça-feira

Por: Alef Pontes

Publicado em: 26/07/2017 17:41 Atualizado em:

Russo Passapusso saudou a Eddie e Nação como referências para a sonoridade da BaianaSystem. Foto: Rodrigo Ramos/Secult-PE
Russo Passapusso saudou a Eddie e Nação como referências para a sonoridade da BaianaSystem. Foto: Rodrigo Ramos/Secult-PE
"Uma noite dedicada à nova música urbana de rua brasileira", assim comentou Russo Passapusso, vocalista da BaianaSystem, ao reverenciar as apresentações que ocorreram nesta terça-feira (25), no Festival de Inverno de Garanhuns. Curumin, Lucas Santanna, Eddie e a própria Baiana - cada um trazendo a sua estética particular -, mobilizaram uma multidão de jovens para acompanhar a sequência de shows em um roteiro que começou no Palco Pop, localizado na Praça Euclides Dourado, e desaguou sinestesicamente madrugada à dentro no antigo Guadalajara, hoje Mestre Dominguinhos.

Com 28 anos de estrada e uma formação que permanece unida há mais de uma década, a olindense Eddie se destaca como garantia de festa certa. Não foi diferente, na noite desta terça-feira, quando subiu ao palco principal, sob um frio de 17º. As músicas solares de discos como Original Olinda style e Carnaval no inferno uniram-se ao discurso politizado na energia certeira do público, que suava ao som de sucessos como Pode me chamar que eu vou e Desequilíbrio, e entoava, entre uma faixa e outra, o protesto "Fora Temer". "Eu gosto quando é assim, espontâneo", brincou Fábio Trummer ao ouvir os primeiros gritos. "A gente está num momento muito delicado, em que vivemos sob o comando de um governo desleal", ratificou antes de mandar Lealdade.

Se a Eddie já traz consigo a energia de uma bagagem de incontáveis carnavais e a malícia do olindense, o grupo teve sua sonoridade potencializada, em palco, ao receber a participação dos metais da Orquestra de Frevo Henrique Dias, uma das mais antigas escolas de música em atividade no país. Trummer lembrou ainda que o Grêmio Henrique Dias, onde ocorrem as aulas, apesar de sua importância para a formação de profissionais da música brasileira, precisa de ajuda para se manter: "Então, se você tiver um instrumento em casa, parado, leva lá que muitas crianças e jovens terão a oportunidade de aprender e se tornarem grandes músicos, disseminando nossa cultura". O show contou ainda com saudação ao mestre e amigo Erasto Vasconcelos, falecido no ano passado, recordando as últimas participação da banda no festival. "Há dois anos Erasto Vasconcelos estava aqui com a gente. Tenho certeza que ele também está. Salve Erasto Vasconcelos!", saudou o percussionista Alexandre Urêa.

Atração mais esperada do dia, BaianaSystem entrou em cena com o objetivo de fazer o público transgredir as barreiras da repressão. Física e mentalmente, o público entrou em sincronicidade através dos beats potentes e letras politizadas do mais recente trabalho do grupo: Duas cidades. Com as máscaras que integram a iconografia da banda baiana devidamente colocadas no rosto, o público se entregou a instigante performance de Lucro, Playsom e Duas cidades, entre outras, marcadas pela união do soundsystem com a tradicional guitarra baiana.

Confira vídeo do show:


Acompanhe o Viver no Facebook:


  



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL