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Cinema Baywatch é uma versão adulta mas imatura da famosa série dos anos 1990 Versão cinematográfica de SOS Malibu pende para o humor raso em comédia pouco inspirada

Por: Breno Pessoa

Publicado em: 13/06/2017 21:00 Atualizado em: 14/06/2017 14:58

Personagens clássicos ganharam nova caracterização. Foto: Universal/Divulgação
Personagens clássicos ganharam nova caracterização. Foto: Universal/Divulgação

Vez por outra a indústria cinematográfica resgata alguma série de TV bem-sucedida do passado e tenta emplacar uma releitura na tela grande. Este ano, pelo menos duas produções embarcam no saudosismo televisivo: CHiPs (sem data de lançamento) e Baywatch, que estreia no Brasil nesta quinta-feira (15).

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Exibida no Brasil com o título SOS Malibu, a série sobre o dia a dia de salva-vidas de praias de Los Angeles foi um dos maiores sucessos da televisão nos anos 1990. Mesclando dramas pessoais dos personagens e ameaças que eventualmente iam além dos esperados afogamentos, como ataques de tubarões e até atentados terroristas, o programa teve 11 temporadas. Em seu ápice, a atração chegou a ter mais de um bilhão de espectadores, colocando o protagonista, David Hasselhoff, como o astro de TV mais visto de todos os tempos, segundo o Guinness Book.

Com toda essa popularidade, é quase de se estranhar que ninguém tenha se arriscado antes na empreitada de transformar a franquia para o cinema. Na nova versão, Dwayne Johnson substitui Hasselhoff no papel de Mitch Buchannon, chefe da equipe de salva-vidas da praia de Emerald Bay, na Flórida. Encarando o emprego como algo além de vigiar os mares, ele tenta desmascarar uma organização criminosa que vem distribuindo drogas na orla e cometendo assassinatos.

A postura idealista de Mitch e as situações surreais vistas na praia é uma premissa interessante que poderia render uma comédia absurda como Corra que a polícia vem aí (1988). Mas o filme dirigido por Seth Gordon (Quero matar meu chefe) consegue apenas ser uma versão extrema de uma série involuntariamente caricata. Entre os pontos que se salvam, a atuação divertida de Dwayne Johnson e a performance irritante de Zac Efron, que desde Vizinhos (2014) tem mostrado vocação para papéis de tipos inconvenientes e imaturos. Kelly Rohrbach, a nova C. J. Parker, personagem interpretado originalmente por Pamela Anderson, também mostra carisma e timing para o humor, embora o roteiro acabe recorrendo a estereótipos sexistas.

Baywatch, o filme, tenta enveredar por um humor supostamente mais adulto, com piadas gráficas sobre ereções, vômito e outras coisas igualmente pouco sutis. Os closes em seios das atrizes e corridas em câmera lenta, marca registrada da série, talvez até fossem relativizados nos anos 1990, mas parecem apenas equivocados em uma versão atual, mesmo quando a direção parece tentar ser crítica sobre o recurso. Dispensável, no mínimo.

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