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Streaming Sense8: Mais ação, menos sexo e ataque ao poder marcam segunda temporada na Netflix Novos episódios do seriado incluem cenas gravadas no Brasil, durante a Parada LGBT, e cartazes de "Fora, Temer"

Por: Luiza Maia - Diario de Pernambuco

Publicado em: 05/05/2017 07:48 Atualizado em: 01/06/2017 15:25

Toby Onwumere, Miguel Angel Silvestre, Tina Desai, Jamie Clayton, Tuppence Middleton, Donna Bae, Brian J. Smith, Max Riemelt, Alfonso Herrera e Eréndira Ibarra vieram ao Brasil em maio do ano passado. Fotos: Netflix/Divulgação
Toby Onwumere, Miguel Angel Silvestre, Tina Desai, Jamie Clayton, Tuppence Middleton, Donna Bae, Brian J. Smith, Max Riemelt, Alfonso Herrera e Eréndira Ibarra vieram ao Brasil em maio do ano passado. Fotos: Netflix/Divulgação


Desafiar o sistema é o principal impulso condutor dos protagonistas de Sense8, da Netflix, na segunda temporada, que chega nesta sexta-feira ao serviço de streaming. "Coragem é contagiante", profetiza o queniano Capheus - agora interpretado por Toby Onwumere, diante da saída de Aml Ameen, impulsionada por desavenças nos bastidores provocadas por homofobia. Preconceitos, controle e exploração social, corrupção, pobreza, fraudes, criminalidade, assassinatos e jogadas políticas são abordados, diretamente ou através de metáforas.

Leia também: Cartazes de "Fora Temer" e "Golpe nunca mais" vazam em Sense8, da Netflix

Após uma primeira leva de episódios e um especial de Natal guiados por dúvidas impostas pela recém-descoberta condição dos sensates, reflexões introspectivas e as famigeradas cenas de sexo, os dez novos capítulos são alicerçados em muitas cenas de ação e construções sociais, políticas e econômicas. Diante das intempéries causadas pelos embates pessoais e para se proteger da guerra deflarada pela Biologic Preservation Organization, a BPO, algumas passagens remetem a cenas de produções sobre super-heróis, tamanhas as habilidades dos oito integrantes do cluster quando somadas.

A indagação sobre si próprios e os questionamentos sobre a conjuntura na qual estão inseridos são provocadas nos primeiros episódios - assim como nos trailers lançados. "Quem sou eu? Você quer dizer de onde sou? Ou quem me tornei? O que fiz? O que sonho? O que você vê? Ou o que vejo? Do que temo? O que faço? Quem eu amo? O que perdi?", respondem todos, de forma intercalada, às perguntas feitas por duas repórteres ao ator Lito (Miguel Angel Silvestre), sobre a homossexualidade dele, e ao motorista Capheus, contra a decisão de batizar de Van Damm, inspirado em um personagem branco, o ônibus com o qual ganha a vida e tenta barrar os sintomas da Aids na mãe.

As repostas sobre a origem milenar do homo sensorium, a relação da espécie com o homo sapiens e a criação (e degeneração) da poderosa multinacional BPO são dispostas em pequenas doses. As revelações são feitas ao motorista Capheus, à farmacêutica Kala (Tina Desai), ao ator Lito, à hacker Nomi (Jamie Clayton), à DJ Riley (Tuppence Middleton), à executiva e lutadora Sun (Donna Bae), ao ex-policial Will (Brian J. Smith) e ao ladrão Wolfgang (Max Riemelt) por desconhecidos, nos quais os personagens e o espectador não têm certeza se devem acreditar. Ao descobrirem bloqueadores contra as visitas sensoriais e outros segredos dos sensates, eles se tornam quase infalíveis.

As desconfianças, acrescidas ao cruzamento com a história da sociedade - como o 11 de Setembro - e a manipulação pelos grupos dominantes são um forte trunfo da segunda temporada para conquistar novos fãs e remetem à condução dada pelas irmãs Lana e Lilly Wachowski ao aclamado filme Matrix, de 1999. O olhar às mazelas da sociedade se reflete em inserções rápidas, mas contundentes, da luta pela água na África, do selvagem mercado de venda de medicamentos, de críticas ao privilégio travestido de empreendedorismo e outros pontos tão importantes quando frequentes.

"Sua vida é definida pelo sistema ou pela forma como você desafia o sistema", provoca Nomi, ao impulsionar o cluster a asssumir riscos, enfrentar o Sussurros e a BPO, desvendar os mistérios de Angélica, Jonas e outros personagens ainda não mencionados e interromper uma sequência de fugas. Os antagonismos entre medo e bravura, reclusão e liberdade são reforçados pelos claustros de tons sóbrios e marrons em contraposição à busca por fitar o céu, andar pelas ruas e respirar fundo após escapar. Em meio ao enredo mais pendente para a ficção científica na segunda fase, Sense8 é, em essência, um seriado sobre a aceitação de si, mesmo em confronto com expectativas opostas, e a luta dos diferentes pela sobrevivência. 

Brasil e "Fora, Temer"
Exibidos em primeira mão para em Pernambuco durante da CCXP Tour, os trechos gravados em São Paulo são emocionantes. Lito, Hernando e Daniela chegam ao Brasil no quinto capítulo e são recebidos por fãs no aeroporto. Na Parada LGBT, em trio elétrico decorado com as cores do movimento, o galã espanhol se declara para o namorado e dispara um forte discurso contra o preconceito e amarras sociais. Cartazes de "Fora, Temer" e "Golpe nunca mais" vazaram nas filmagens realizadas em maio, durante o processo de impeachment responsável por afastar a ex-presidente Dilma Rousseff. O filho de Antônio Fagundes, o também ator Bruno, aparece no episódio.

Como está cada um
Capheus assume status de líder da comunidade e se aventura na política. Sempre com Amanita e Bug, Nomi é fundamental nas conquistas do grupo e busca se livrar das acusações por ser hacker. Presa e sob risco de ser assassinada, Sun planeja vingança contra o irmão e recebe ajudas inesperadas. Lito enfrenta homofobia radical e vê a carreira ameaçada, mas conta com o apoio de Hernando (Alfonso Herrera) e Daniela (Eréndira Ibarra). Kala se dececpciona com o marido, Rajan, e a família dele. A paixão entre ela e Wolfgang continua, enquanto ele se envolve com outra sensate e problemas ligados ao mundo do crime. Will e Riley agregam conexões a mais homo sensorium e têm acesso a várias revelações. 

Assista ao trailer da segunda temporada de Sense8:



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