Artes visuais Em Veneza, Paulo Bruscky se recusa a representar o 'Brasil do golpe' Artista afirmou que não gostaria de estar simbolizando o país. "Isso é uma coisa vergonhosa", pontuou

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 11/05/2017 18:05 Atualizado em: 11/05/2017 18:15

A Bienal de Vezena ocorre entre 13 de maio e 26 de novembro deste ano. Foto: Cecilia Sá Prereira/Esp. DP
A Bienal de Vezena ocorre entre 13 de maio e 26 de novembro deste ano. Foto: Cecilia Sá Prereira/Esp. DP

A participação de Paulo Bruscky na Bienal de Veneza foi marcada por uma crítica ao governo brasileiro. Escalado para integrar o Pavilhão Internacional do evento, um dos mais renomados do segmento artístico do mundo, o artista pernambucano afirmou que não gostaria de estar simbolizando o país. "Fico feliz de estar no pavilhão internacional desta Bienal, porque me recuso a representar o Brasil neste momento", afirmou ele para as pessoas presentes durante um almoço-espetáculo, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo.

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"Eu me recusaria a representar um país que acaba de passar po um golpe, com os militares apoiando o governo. Isso é uma coisa vergonhosa", pontuou Brusky. Em seguida, ele tirou o casaco que usava e revelou uma camisa com imagens da cidade italiana e a frase: "Veneza foi desinfetada pela arte". Na ocasião, ele havia lambido tinta e imprimiu a língua em papéis, os distribuindo entre os presentes. Segundo o jornal, a principal performance do artista na Bienal ocorreu na manhã desta quinta-feira (11), quando ele liderou uma fila de carregadores com caixas vazias etiquetadas como arte. A apresentação faria referência ao esvaziamento de significado das obras de arte contemporâneas.

Além do pernambucano, outros quatro artistas brasileiros marcaram presença na Bienal: Ayrson Heráclito, Erika Versutti e Ernesto Neto, no Pavilhão Internacional, e a mineira Cinthia Marcelle, que ocupa sozinha o Pavilhão Brasileiro. A Bienal de Vezena ocorre entre 13 de maio e 26 de novembro deste ano. Ao todo, 85 países têm representações no evento, tanto em áreas voltadas para as exposições nacionais quanto em espaços comuns para artistas de fora da Itália.

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