Cinema Documentário sobre Chocho, mestre pernambucano do chorinho, é exibido no São Luiz nesta segunda-feira Filme é o primeiro registro audiovisual dedicado ao compositor e instrumentista de 93 anos

Por: Breno Pessoa

Publicado em: 08/05/2017 08:12 Atualizado em: 08/05/2017 20:40

Embora músico por vocação, Chocho trabalhou maior parte da vida como mestre de obras. Foto: Hassan Santos/Divulgação
Embora músico por vocação, Chocho trabalhou maior parte da vida como mestre de obras. Foto: Hassan Santos/Divulgação
 

A música é uma presença antiga na vida de Otaviano do Monte, o Chocho. Aos 93 anos, o mais antigo entre os adeptos do choro no estado celebra sete décadas dedicadas ao estilo com algo inédito na extensa carreira: o primeiro registro audiovisual dedicado a sua obra, no documentário Chocho: 70 anos de cordas musicais. O filme será lançado nesta segunda-feira, às 19h30, no Cinema São Luiz (Rua da Aurora, 175, Boa Vista). Os ingressos custam R$ 3.

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Similar a Cartola (1908-1980), que só gravou o primeiro álbum aos 65 anos, Chocho também teve uma descoberta tardia, com o disco de estreia, Chorinho do nosso quintal, lançado apenas em 2006. "Ele é a maior referência do choro em Pernambuco e o chorão mais velho em atividade no país", diz o produtor cultural Marcos Veloso, idealizador do documentário, que é dirigido por Anselmo Alves.

Veloso lembra que, embora seja mais conhecido como músico e compositor de choro, Chocho tem "composições belíssimas de valsas e frevos, sendo também um dos fundadores do Bloco da Saudade". Nascido no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, Otaviano do Monte iniciou os estudos de violão aos 15 anos e se profissionalizou na década de 1940. Apesar do talento e disposição para continuar tocando e compondo ao longo das décadas, a música nunca foi a principal fonte de renda e Chocho passou maior parte da vida trabalhando como mestre de obras.

As composições, em sua maioria, são inéditas para o grande público e conhecidas apenas entre os frequentadores das rodas de choro que continua a frequentar. Com quase meia hora de duração, o filme é resultado de um esforço colaborativo de amigos e admiradores do artista. "Foi sem patrocínio algum", destaca Veloso, explicando que a produção foi feita ao longo de quatro anos e reúne depoimentos de músicos e registros de apresentações de Chocho. O produtor afirma que vem montando um acervo sobre o Pernambuco há mais de 16 anos.

"Isso é só o pontapé", ressalta Veloso, adiantando que muito material ficou de fora da versão final do filme e que a intenção é, futuramente, organizar o conteúdo em um longa-metragem. "Uma história de vida dessas não pode ser resumida em um curta", acredita.

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