Por: Breno Pessoa
Publicado em: 24/05/2017 13:07 Atualizado em: 24/05/2017 13:21
Trama acompanha bastidores da criação do Plano Real. Foto: LightHouse/Divulgação |
Diretor de uma das produções que causou desconforto entre cineastas participantes do Cine PE, Rodrigo Bittencourt, lidou de forma bem-humorada com as acusações de ter feito um filme com viés político de direita. O cineasta responsável por Real: O plano por trás da história, em cartaz a partir de quinta-feira (25/05), escreveu um repente comentando a postura dos realizadores que abandoram o festival por considerarem a programação partidária e alinhada ao conservadorismo.
"Não acho isso pertinente nem profundo, essa polarização tacanha não me interessa e nunca me interessou. Sou um artista não sou vermelho nem azul, O Brasil é multicolor", afirma o cineasta, que considera Real um filme apartidário. Bittencourt também critica o julgamento antecipado feito sobre sua obra. "Como podem julgar algo sem ao menos ver?", indaga.
Leia, abaixo, a letra do repente escrito por Rodrigo Bittencourt, que também é músico:
O cinema brasileiro não precisa de porteiro
não precisa não
o cinema brasileiro quer ganhar o mundo inteiro
com sua amplidão
o cinema brasileiro não é de meia dúzia
é da imensidão
salve o cinema brasileiro e sua pluralização
os meninos e meninas do Cine PE
deram foi tiro no pé
pagaram maior micão
não entenderam o cubismo
muito menos a democracia
que é salvação
o cinema brasileiro deu uma aula
de ternura que essas criaturas
nunca esquecerão
o cinema brasileiro não é só de meia dúzia
ele é da nação!
o cinema brasileiro é meu jardim
e o meu coração
o cinema brasileiro é mais que a política
é mais que o dinheiro
representa o povo inteiro
em sua totalização
o cinema brasileiro não é esquerdo nem direito
trate ele com respeito
aprenda essa lição!
Acompanhe o Viver no Facebook: